“Hoje aconteceu-nos uma situação muito semelhante àquilo que aconteceu o ano passado, por volta desta altura, em que acordámos todos com esta perceção de odor a acre/azeitonas, que nós consideramos que possa ter como sua fonte emissora as tais fábricas de processamento de bagaço de azeitona localizadas mais a sul, nomeadamente na zona do Alentejo”, explicou à Lusa a investigadora Sofia Teixeira.
De acordo com a especialista do departamento de qualidade do ar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a perceção fica a dever-se a condições meteorológicas “muito específicas”, neste caso, “ventos de quadrante do sudeste, o que nos dá logo uma dispersão das massas de ar e dos compostos odoríficos para uma zona mais a norte, como Lisboa e Vale do Tejo”.
Sofia Teixeira explicou também ter havido a junção de um outro fenómeno “de inversão térmica entre a meia-noite e as nove da manhã, que resultou naquilo que nós chamamos de efeito capacete, em que estes compostos ficam aprisionados em camadas mais baixas da atmosfera e conseguimos facilmente, com os nossos narizes, detetar este odor que nos estava a provocar algum incómodo”.
Também a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) refere-se a uma situação de “fraca dispersão da atmosfera, conjugada com a ocorrência de vento fraco do quadrante sudeste” para justificar o cheiro na região da Grande Lisboa.