Os 86 mil milhões de neurónios do cérebro, multiplicados por conexões ainda inexploradas e inexplicáveis para os cientistas, faziam acreditar numa velocidade impressionante de processamento do pensamento humano. Pela primeira vez, uma equipa de investigadores, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, procurou responder a essa pergunta: quão rápidos são os nossos pensamentos?
De acordo com os cálculos apresentados em dezembro, na revista científica Neuron, os resultados foram dececionantes: “correm” a uma média de dez bits (unidade básica de informação na computação) por segundo, ou seja, numa pista incrivelmente lenta. Pelo menos, se estabelecermos como termo de comparação alguns dispositivos tecnológicos: uma ligação wifi média (nos Estados Unidos) tem uma velocidade de download de 260 milhões de bits por segundo; já uma chamada telefónica ocupa cerca de 64 mil bits por segundo. “É um pouco como um contrapeso à hipérbole sem fim sobre o quão incrivelmente complexo e poderoso é o cérebro humano”, afirmou um dos coautores do estudo, Markus Meister, ao New York Times. Afinal, o que aprendemos ao longo da vida caberia facilmente numa pen drive.