Numa das principais praças da cidade de Belém, capital do estado brasileiro do Pará, destaca-se uma estátua, com quase sete metros de altura, do explorador e militar português Pedro Teixeira. No Brasil, por sinal, Teixeira é extensamente recordado, com o seu nome atribuído a artérias e navios, e com os seus feitos a inspirarem obras literárias, de escultura, de pintura e de cinema. Até o exército brasileiro tem um batalhão com o seu nome. Já em Portugal, há apenas uma rua com o seu nome, no Restelo, em Lisboa, e uma estátua sua, na terra natal, Cantanhede.
E, no entanto, Teixeira foi o descobridor do grande Amazonas: no século XVII, subiu o longuíssimo rio, com cerca de sete mil quilómetros de extensão (compete com o Nilo como o maior do mundo), da foz à nascente, e depois desceu-o, de regresso ao local de partida, numa expedição que tinha tudo para correr mal, mas que se revelou um êxito. Especialistas não têm dúvidas em considerá-la o maior feito de navegação fluvial que até hoje a História regista.
Teixeira “falava Tupi”, a língua dos índios, o que lhe dava uma “vantagem significativa” na convivência e no “hábito de lidar com os indígenas”