O negócio de Samir Fernandes parecia correr “de vento em popa”. As encomendas tinham disparado na última semana do ano de 2022, ao ponto de o stock ter esgotado. “Amanhã vou entregar as últimas de zida [crack] e burro [heroína] e não vai dar para a semana toda.” A SMS, enviada por um cúmplice, chegou ao telemóvel do narcotraficante a 2 de janeiro. Samir arregaçou as mangas e pôs-se ao caminho – não havia tempo (nem dinheiro) a perder.
No dia seguinte, pelas 23h30, a Polícia Judiciária invadiu um apartamento, localizado no 3º andar, de um prédio situado na zona da Flamenga, junto a Santo António dos Cavaleiros (município de Loures). No interior da habitação, Samir foi apanhado em flagrante a “cozinhar” grandes quantidades de crack, misturando, numa panela a fervilhar, pousada num fogão elétrico, uma receita com cocaína, água, bicarbonato de sódio e amoníaco.