Arranca esta quinta-feira, dia 12 de setembro, o novo ano letivo em 60% das escolas mas com milhares de professores em falta. Um cenário que, segundo Fernando Alexandre – Ministro da Educação, Ciência e Inovação – pode vir a agravar-se nos próximos dias, com a necessidade de substituir professores que apresentem baixa médica.”Nos primeiros dois dias, vamos ter 80% das escolas abertas e queria agradecer o esforço que os diretores fizeram para conseguir, tal como tínhamos desafiado, iniciar as aulas logo nos primeiros dias”, explicou o ministro em declarações à agência Lusa. Nas restantes 20% das escolas, o regresso à escola acontece esta sexta-feira.
Apesar do esforço para a colocação de professores volta a repetir-se o problema que tem marcado o arranque letivo dos últimos anos. De acordo com os resultados da segunda reserva de recrutamento, anunciados no início desta semana, ficaram 1091 horários por preenhcer a que se somam ainda os horários diariamente disponibilizados através da contratação de escola.
“Não sabemos como vai ser este ano, mas a expectativa é que é possível que a falta de professores por essa razão aumente nos próximos dias, mas teremos esse esforço de colocação através da contratação de escola e iniciaremos rapidamente o novo concurso”, reforçou o ministro.
O governo mantém, contudo, o objetivo de reduzir em 90% o número de alunos sem aulas – a pelo menos uma disciplina – face ao primeiro período do ano letivo anterior. Uma das medidas de apoio, aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, passa pela criação de um novo concurso de vinculação extraordinário – para as escolas mais carenciadas – e que deverá estar concluído até novembro. O plano “+ Aulas + Sucesso”, vai permitir a contratação de professores aposentados (com uma remuneração extra), bolseiros de doutoramento ou manter docentes que se encontrem em condições de reforma. “É uma tentativa de, através de novos perfis e de uma gestão mais flexível por parte dos diretores, conseguirmos mitigar esta falta estrutural de professores, que causa um dano muito significativo nas aprendizagens dos alunos”, realçou Fernando Alexandre. O impacto destas medidas só poderá ser avaliado a partir de outubro.
O Governo pretende ainda criar um apoio – entre os 150 e os 450 euros – destinado a professores deslocados que sejam colocados em escolas onde é difícil contratar professores. “A disponibilidade que o Governo tem mostrado para resolver o problema e para encontrar novas medidas imaginativas que nunca foram experimentadas mostra o compromisso com a resolução deste problema”, concluiu.