
Está convencionada, a nível científico e internacional, uma idade a partir da qual a pessoa torna-se idosa?
De um modo geral, olha-se para um critério cronológico e, para o idoso, são os 65 anos. Mas a variabilidade do nosso funcionamento físico ou as trajetórias do envelhecimento são diversas. Uma pessoa aos 65, aos 70 ou até aos 80 anos, embora cronologicamente seja considerada idosa, do ponto de vista funcional ou da saúde pode apresentar características de envelhecimento mais ou menos aceleradas. Considerar uma pessoa idosa porque tem 65 ou 70 anos é objetivo, por causa do critério da idade, mas é subjetivo em relação ao que damos importância: a questão da saúde e da competência funcional diária.
Na atividade física por pessoas idosas, Portugal compara-se mal com boa parte da Europa. Porquê?
No meu livro uso como instrumentos de comparação questões relacionadas com práticas de natureza mais formal. Se dissermos que as pessoas são menos ativas em Portugal, sobretudo as mais idosas, temos também de afirmar que os fatores mais determinantes se relacionam com a própria pessoa – o conhecimento que ela tem sobre a relevância da atividade física para a saúde e para a competência funcional – e com a oportunidade. Isto é, com fatores mais relacionados com o envolvimento de natureza mais física ou psicossocial e, aqui, com aspetos económicos, quanto a atividades mais organizadas ou estruturadas. Não é preciso ter mais ou menos dinheiro para fazer uma caminhada, mas é necessário algum capital financeiro para uma inscrição num ginásio, por exemplo. Em termos comparativos, contudo, temos de olhar para as características da nossa população idosa, menos informada para a relevância de ser mais ativa e, se calhar, também com menos capacidade de ser mais ativa.
A massa muscular, com a idade, tende a diminuir 3% a 8% por década após os 30 anos, com taxas de perda mais acentuadas depois dos 60 anos