Uma das principais curiosidades desta vila do concelho de Olhão começa no nome. Oficialmente, a designação é Fuseta, mas quem lá vive ou se habituou a visitá-la sabe que todos lhe chamam Fuzeta. Talvez para acabar com as polémicas, muitos gostam de chamar a esta vila do Sotavento algarvio Branca Noiva do Mar, pois, para quem vivia da pesca, o casario branco, construído em torno da colina encimada pela Igreja de Nossa Senhora do Carmo, fazia lembrar o vestido de uma noiva a entrar no altar. Com o andar do tempo, o aparecimento dos primeiros blocos de apartamentos e a chegada em força dos azulejos coloridos e do alumínio como materiais de construção, esta imagem deixou de ser tão evidente. Ainda assim, os tempos mais recentes e a explosão do alojamento local trouxeram consigo a reabilitação urbana e, com ela, o branco das paredes que pintam o véu da noiva.
Mais ou menos bonita, a verdade é que a Fuzeta continua a ser uma vila piscatória, banhada pela esplendorosa ria Formosa e a poucos minutos de distância de um magnífico e único arquipélago de ilhas-barreiras selvagens, onde só é possível permanecer durante o dia e que só são exploradas comercialmente durante a época balnear. Depois de os temporais de 2010 terem destruído o casario que chegou a existir na ponta leste da ilha da Armona, aquela área (chamam-lhe Praia da Ilha da Fuzeta) está, desde então, totalmente livre de construções e só lá estão instalados, durante a época balnear, dois bares com concessão e uma escola de kitesurf e um stand up paddle. Tudo em estruturas de madeira amovíveis, com intervenção mínima no cordão dunar.