João G. foi detido, no final do mês de janeiro, pela Polícia Judiciária (PJ), suspeito de ter praticado dois crimes de violação em Coimbra – as alegadas vítimas são duas mulheres com 24 e 31 anos. Logo à partida, a investigação não descartava a hipótese deste homem, 31 anos, residente na Mealhada (Aveiro), ser “responsável por outros crimes”, apurou a VISÃO. A teoria da PJ parece agora confirmar-se.
Presente a primeiro interrogatório, o juiz decretou ao suspeito a medida de coação de termo de identidade e residência. João G. ficou sujeito a apresentações diárias no posto da GNR da sua área de residência. Passadas apenas duas semanas, seria novamente detido pela PJ, suspeito de ter tentado violar uma mulher de 27 anos, em Águeda, a cerca de 30 quilómetros da sua casa.
“No decorrer do encontro, a mulher, através do uso da força, foi manietada para ser sujeita a práticas sexuais. Contudo, resistiu fisicamente, tendo conseguido libertar-se e pedir ajuda”, descreveu a PJ em comunicado. O ataque terá ocorrido num local ermo, junto ao estádio de Águeda. O alegado atacante terá atraído a vítima através de uma aplicação de encontros.
João G. foi novamente detido; está agora em prisão preventiva.
Um vida ligada ao futebol
João G. vivia tranquilamente com a namorada e o filho menor – teria intenções de casar no próximo ano. Natural e residente na Mealhada, o suspeito cresceu no seio de uma família ligada ao futebol. O seu pai é figura conhecida no universo desportivo local – passando pelo cargo de treinador em várias equipas.
João G. esteve também ligado ao futebol durante vários anos. Começou a dar os primeiros toques na bola no clube da terra, mas passou por vários outros emblemas. Como sénior, representou clubes do distrito de Aveiro e Coimbra. Vestiu a camisola de Febres, Académica B, Sepins e Marialvas. Na reta final do percurso futebolístico regressou a “casa”. Representou o Mealhada e o SC Carqueijo (equipa do mesmo concelho), que disputam os campeonatos distritais de Aveiro. Ao mesmo tempo, foi treinador das camadas de formação do Mealhada, até 2020. Deixou o futebol no final da época passada, sem nunca ter chegado a profissional.
Hoje, com 31 anos, trabalhava numa empresa de artes gráficas. As notícias envolvendo João G. deixaram a população da Mealhada em choque. “É uma família muito bem integrada socialmente, muito respeitada”, diz uma fonte ouvida pela VISÃO. “Esta notícia [das suspeitas de violação] é um choque para todos eles”, diz a mesma fonte.
Segundo as autoridades, João G. atraía as vítimas através das redes e de anúncios por modelos, passando-se por fotógrafo e professor universitário. Há suspeitas poder estar envolvido em, pelo menos, mais dois casos de tentativa de violação em Coimbra. A investigação prossegue.