O Satélite ERS-2 foi enviado para o espaço a 21 de Abril de 1995, mas só agora regressa à origem. A Agência Espacial Europeia comunicou que, passados quase 30 anos, o ERS-2 voltará a entrar na atmosfera da Terra, prevendo-se que aconteça já esta quarta-feira, 21.
Esta reentrada é descrita como “natural”, uma vez que não é possível controlar a sua trajetória. “Embora possamos prever a reentrada, não é possível prever exatamente quando e onde. À medida que nos aproximamos do dia da reentrada, seremos capazes de prever a hora e o local com maior certeza”, afirmou ESA no passado dia 15.
Esta incerteza deve-se, principalmente, à influência da atividade solar imprevisível, que afeta a densidade da atmosfera terrestre e, portanto, a trajetória do satélite. Na última atualização, feita esta terça-feira, 20, a incerteza nesta previsão era de cerca de 7 horas.
A agência garante que, durante a reentrada, o satélite irá ficar desfeito em pedaços, a maioria dos quais entrará em combustão. Apenas alguns fragmentos poderão chegar à Terra, mas prevê-se que caiam no oceano. “Os riscos associados às reentradas de satélites são muito baixos”, reforçam.
O legado histórico do ERS-2
A ESA decidiu encerrar a missão do ERS-2 em 2011 e “retirar ativamente o satélite da sua órbita para reduzir o seu impacto potencial no ambiente espacial”. Neste ponto, o satélite tinha passado 16 anos em órbita.
No lançamento, o ERS-2 era a nave espacial de observação da Terra mais sofisticada da Europa e serviu, fundamentalmente, para ajudar a estudar as calotas polares, os oceanos e a superfície terrestre.
“O satélite ERS-2, juntamente com o seu antecessor ERS-1, mudaram a nossa visão do mundo”, afirma Mirko Albani, Chefe do Programa Espacial Heritage da ESA. “Forneceu-nos novos conhecimentos sobre o nosso planeta, a química da nossa atmosfera, o comportamento dos nossos oceanos e os efeitos da atividade da humanidade no nosso ambiente.”
Os dados ERS-2 ainda são amplamente utilizados hoje, servindo como “registos globais de longo prazo”, que ajudam os cientistas a monitorar as mudanças climáticas.