Foi descoberto um novo tipo de estrela no centro da Via Láctea. Uma equipa de cientistas liderada pelo professor Philip Lucas, da Universidade de Hertfordshire, em Inglaterra, apresenta as “old smokers”, ou “velhas fumadoras”, em tradução literal, que foram descobertas graças a um estudo a quase mil milhões de estrelas através de uma técnica de infravermelhos no céu noturno ao longo de 10 anos.
Este é um trabalho realizado como parte de uma pesquisa a longo prazo chamada “Variáveis VISTA na Via Láctea” (VVV) e divulgado na Royal Astronomical Society, em Londres . Durante o estudo, os cientistas encontraram 21 estrelas vermelhas perto do centro da nossa galáxia que apresentavam mudanças ambíguas de brilho devido à libertação de nuvens de gás, o que justificou o nome que lhes foi dado.
“Não tínhamos certeza de se essas 21 estrelas eram protoestrelas [estrelas recém-nascidas que sofrem explosões extremas durante meses, anos ou décadas] a iniciarem uma erupção, ou se estavam a recuperar de uma queda no brilho causada por um disco ou camada de poeira que tinha passado à frente. Uma terceira opção era que fossem estrelas gigantes mais velhas que libertavam matéria nas fases finais da sua vida, através da libertação de gases”, explica Lucas.
????Discovery!????
— Royal Astronomical Society (@RoyalAstroSoc) January 26, 2024
Astronomers have spotted a new type of red giant star at the heart of the Milky Way. ????????
Meet these so-called ‘Old Smokers’ ???? , ‘hidden’ stars observed along with ‘Squalling Newborns’ ???? in research published in #MNRAS @RAS_Journals.https://t.co/MJ2n8N9Dwa pic.twitter.com/zPKRlRbmRg
Após análise, concluíram que se tratava de um novo tipo de gigante vermelha. O professor Dante Minniti da Universidade Andrrs Bello, no Chile, e fundador da pesquisa VVV, disse: “Estas estrelas idosas ficam quietas durante anos ou décadas e depois expelem nuvens de fumo de uma forma totalmente inesperada. Parecem muito escuras e vermelhas durante vários anos, a tal ponto que às vezes nem conseguimos vê-las.”
Estas estrelas estão concentradas numa zona interna da Via Láctea, mais rica em elementos pesados. Segundo os cientistas, estas características facilitam a condensação de poeiras a partir do gás nas camadas externas e menos quentes das estrelas gigantes vermelhas. Contudo, os investidores ainda não sabem explicar o motivo para estas estrelas expelirem nuvens de fumo
Os investigadores acreditam que esta descoberta pode trazer novas informações sobre como os elementos são destruídos pela galáxia.
