No verão de 2021, a AICEP Global Parques (empresa do Estado que gere parques empresariais) começa a queixar-se ao Governo de “problemas” com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Uma Zona Especial de Conservação (ZEC) cobria a maior parte do terreno onde iria ser construído o Data Center Sines 4.0, um investimento de €3,5 mil milhões, e o organismo, cujo parecer é vinculativo quando estão em causa áreas protegidas, ameaçava a continuidade do projeto.
Em setembro, dá-se uma reunião com João Galamba, então secretário de Estado-Adjunto e da Energia, a direção da AICEP Global Parques e o ICNF, entre outros. No encontro, é pedido repetidamente ao presidente do ICNF, Nuno Banza, que fundamente a inclusão da zona industrial em área de proteção e que equacione uma alteração. A resposta: Não, porque há ali “charcos temporários mediterrânicos”, habitats prioritários protegidos ao nível europeu. É-lhe perguntado onde exatamente estão os charcos, já que no local não há sinal deles, e também por que razão, havendo habitats prioritários, estes não estão inscritos no Plano Setorial da Rede Natura, como manda a lei. Nada é esclarecido.