O grupo estava a ser investigado desde janeiro de 2022. Os dois principais suspeitos – proprietários de uma empresa de importação de fruta no país vizinho – já tinham entrado no radar das autoridades espanholas em 2017, quando foram presos por estarem ligados a uma plantação de marijuana, encontrada num armazém industrial em Valência (Espanha).
Segundo descreve a Polícia Nacional espanhola, num comunicado publicado, na manhã desta quarta-feira, no seu site, estes homens chegaram a alugar um armazém na localidade de Ribarroja, província de Valência, com o objetivo de transportarem para Espanha contentores de bananas. O negócio não terá resultado e a empresa abriu falência.
No início deste ano, as autoridades espanholas encarregues deste caso – Polícia Nacional e Agência Tributária – voltaram a identificar atividade, quando os dois homens, com a colaboração de um terceiro elemento, decidiram abrir uma nova empresa, desta vez localizada em Setúbal (Portugal), apurou a VISÃO. A Polícia Judiciária (PJ) juntou-se, a partir daqui, à investigação. O grupo alugou um armazém em Villarrobledo, província de Albacete, passando a dedicar-se, aparentemente, à importação de maquinaria industrial.
Em setembro de 2023, terão chegado ao porto de Setúbal quatro contentores, provenientes do Panamá. A carga seria depois transportada para Espanha. As autoridades envolvidas seguiram a viagem a par e passo.
Já em Espanha, no âmbito da operação conjunta da Polícia Nacional e da Agência Tributária, que contou com a colaboração da PJ, acabariam por ser encontrados naquela carga 210 quilos de cocaína, escondidos em máquinas industriais, declaradas como ferro-velho.
Sete pessoas foram detidas em Albacete e Valência. Estão indiciadas pelos crimes de tráfico internacional de drogas, associação criminosa e branqueamento de capitais – não há, para já, portugueses envolvidos.