Acabo de regressar da Gronelândia, a maior ilha do mundo. Este lugar e este povo esquimó sempre fizeram parte do meu imaginário, pela terra gelada e pelo modo de vida. Mas, apesar da minha curiosidade em conhecer novas culturas e do meu gosto por viagens, o que motivou esta, em particular, foi um convite feito pela Active Philanthropy e pela Apolitical, fundações lideradas por uma alemã e por uma norte-americana, respetivamente. Iria, então, integrar um grupo de 22 mulheres, oriundas de diferentes partes do mundo (EUA, Austrália, Holanda, Dinamarca, França, Suíça, Brasil, Suécia, Alemanha, EAU, Kuwait, Portugal, etc.), de distintos contextos profissionais (Ciência, política, empresas, ONG…) e várias idades, disponíveis para escutar cientistas, a comunidade local e discutir um dos temas mais críticos dos nossos tempos – as alterações climáticas e potenciais soluções. E porquê a Gronelândia? Porque nesta ilha já é fácil observar e medir o impacto físico das alterações climáticas e perceber o papel acelerador que estas mudanças têm no (des)equílibrio do sistema terrestre. O objetivo desta iniciativa passa por promover a compreensão dos factos através da Ciência, mas também a criação de redes que permitam a partilha de conhecimento, a colaboração e a inspiração, enquanto aceleradores de uma mudança comportamental profunda.
A Gronelândia é a maior ilha do mundo, com um território com 2,17 milhões de quilómetros quadrados, o equivalente a quatro vezes o tamanho da França continental, e a sua população ronda os 56 mil habitantes. Apesar de estar geograficamente mais próxima do continente americano, é um território autónomo da Dinamarca, com movimentos crescentes de independência face ao controlo de Copenhaga.