Na cidade francesa de Bordéus, uma das anfitriãs do Campeonato do Mundo de Rugby, um surto de botulismo custou a vida a uma mulher, ao mesmo tempo que cerca de 12 pessoas estão a ser tratadas.
A nacionalidade da mulher de 32 anos que morreu ainda não foi determinada, avançou uma fonte próxima do caso ao jornal britânico The Guardian.
Entre os infetados estão norte-americanos, canadianos, irlandeses e alemães, e todos terão frequentado um bar de vinhos entre 4 e 10 de setembro, altura em que se registava um grande número de turistas na cidade.
Todos ingeriram sardinhas em conserva que, de acordo com o que foi apurado pelas autoridades sanitárias locais, terão sido a fonte de transmissão da toxina, já que foram enlatadas incorretamente. As autoridades também avançaram que o número de sardinhas contaminadas nesse restaurante era suficiente para infetar potencialmente 25 pessoas.
O jornal local Sud-Ouest citou o dono do restaurante, que afirmou ter deitado fora alguns dos frascos de sardinhas devido ao odor forte que tinham quando os abriu. No entanto, os restantes “pareciam estar em boas condições e foram servidos aos clientes”, disse.
O que é, afinal, o botulismo?
O botulismo é uma doença paralítica fatal, considerada relativamente rara, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), e é causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
As toxinas são ingeridas através de alimentos incorretamente processados, nos quais as bactérias ou os esporos sobrevivem, crescem e produzem as toxinas.
A OMS também avança que não ocorre transmissão do botulismo de pessoa para pessoa.
Os sintomas começam, por noma, 12 a 36 horas após o consumo da toxina nos alimentos e podem incluir visão turva, pálpebras descaídas e fala arrastada. Caso a paralisia se agrave, pode evoluir para dificuldade em engolir e fraqueza muscular. Estima-se que a recuperação possa levar meses.
Em Portugal, os últimos casos conhecidos de botulismo registaram-se no ano de 2015.