Há uns dias, as fotografias que pintam estas páginas de tons impossíveis de azul começaram a fazer plim! na minha caixa de email, e era como se eu estivesse a ver a adaptação para o cinema de um romance acabado de ler. A beleza das imagens e o entusiasmo de encontrar semelhanças com o que ideara durante as entrevistas para este artigo foram tão grandes que fiquei com vontade de trocar Lisboa por paragens paradisíacas e o jornalismo pelo sempre sonhado bar de praia.
Há quase 30 anos, entrevistei várias pessoas que se tinham mudado para o campo por estarem fartas da cidade. E lembro-me de enfiar o barrete quando, no último dia, em Vila Nova de Milfontes, um dos entrevistados comentou a suposta inveja dos amigos que moravam em grandes urbes: “É paleio; falta-lhes coragem para fazerem uma mudança radical.”