Sem qualquer motivo aparente para provocar fogo. Este é o traço comum aos quatro homens que a Polícia Judiciaria (PJ) apanhou, pela suspeita da autoria de diversos incêndios – alguns deles, de grandes proporções, que chegaram a ameaçar casas e indústrias. Estas detenções ocorrem num momento em a PJ também investiga as origens do fogo em Odemira, que já consumiu muitas centenas de hectares e obrigou à evacuação de quase dois milhares habitantes.
De acordo com a PJ, os primeiros detidos foram a dupla de “presumíveis autores dos crimes de incêndio”, que deflagrou na passada segunda-feira, na freguesia do Sobreiro, em Albergaria-A-Velha. “Os incêndios tiveram início através de chama direta, em quatro locais distintos, na vegetação existente, estando em causa uma mancha florestal de enorme tamanho e densidade com muitas habitações e instalações industriais próximas”, sinaliza aquela autoridade, em comunicado, em que admite que os dois homens, de 17 e 30 anos, atuaram “sem qualquer motivação racional aparente e num quadro de extrema futilidade”.
Presentes à Comarca de Aveiro, viram ser-lhes “aplicadas as medidas de coação de obrigação de apresentações diárias em posto policial e de proibição de contactos”.
Gosta de ver chamas e até já foi condenado
Já em outros dois casos, a idade é um ponto comum. sendo que os dois ainda serão presentes a tribunal.
Um deles, é um homem, de 53 anos, que pode ter tido mão no incêndio florestal, que eclodiu a 5 de agosto, na localidade de Freixo de Baixo, Amarante. “O incêndio terá sido provocado com recurso a chama direta, não sendo conhecida qualquer motivação”, refere a PJ, cuja diretoria do Norte apanhou o suposto incendiário.
Já o fogo de grandes dimensões, que atingiu Durrães, em Barcelo, teve autoria de um homem de 51 anos, “movido pelo fascínio do fogo”.
“O local onde o incêndio ocorreu situa-se em zona com condições de propagação a mancha florestal de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente”, diz a PJ, que deteve o homem após várias dias de investigação a cargo do Departamento de Investigação Criminal de Braga.
O detido em Barcelos já tem antecedentes pela prática do crime de incêndio florestal. Aliás, já foi mesmo condenado a pena de prisão efetiva, pelo Tribunal Judicial de Barcelos.