Não ligámos às explicações enviadas por email, porque decidimos fiar-nos no Google Maps, e andámos perdidos algures na fronteira entre o Algarve e o Alentejo, territórios que antes da formação de Portugal, como hoje o conhecemos, foram dois reinos diferentes. Quando chegamos finalmente à Casa da Torre, a mais recente recuperação do Monte West Coast, nem sabemos bem em qual dos lados da barricada estamos.
Pouco importa, na verdade, porque o que encontramos quando decidimos seguir as indicações dadas por Catarina Pinho, a proprietária, juntamente com o seu marido Ricardo, é uma espécie de paraíso diluído no meio do Parque Natural. As restantes casas, nem as vemos, tal a forma como elas se arrumam nos 250 hectares que foram comprando ao longo dos últimos 13 anos. Só quando Marina, a moldava que toma conta da herdade enquanto o casal está em Lisboa, aparece no seu jipe de caixa aberta e nos leva a dar uma pequena volta para conhecermos os outros alojamentos é que percebemos que não estamos sozinhos. São mais 13 as casas recuperadas a partir de ruínas, cada uma ao seu jeito, mas todas com o toque mágico do arquiteto Pedro Oliveira e decoradas com o bom gosto de Catarina e Ricardo, que passam a vida a descobrir peças únicas em antiquários, lojas vintages e feiras de antiguidades. A junção do traço moderno com estas relíquias está num equilíbrio perfeito, que se traduz num luxo rústico bastante confortável.