A ideia é simples, embora difícil de concretizar nos tempos que correm: a Finlândia apela aos turistas que queiram visitar a ilha de Ulgostamio (Ulko-Tammio em inglês), durante este verão, que desliguem os telemóveis e afins digitais, de modo a apreciarem a beleza natural em todo o seu esplendor.
“As pessoas não foram feitas para estarem coladas aos ecrãs o tempo todo. Mesmo um pequeno jejum digital pode ser útil e melhorar o nosso bem-estar, além de atenuar sintomas de ansiedade e depressão”, salienta a psicóloga Terhi Mustonen, citada no comunicado de imprensa sobre esta iniciativa da região de turismo de Kotka-Hamina, no sul da Finlândia.
Divulgada esta semana, a ideia passa, também, por incentivar outras zonas turísticas do planeta a aderirem ao celibato digital, aproveitando a “fantástica oportunidade” que as férias de verão oferecem para “descansar da tecnologia” e “desfrutar de experiências genuínas”.
“Desligar o telemóvel, explorar a Natureza e conhecer pessoas cara a cara contribui para melhorar o nosso humor e bem-estar. Passamos horas incontáveis nas redes sociais e, por isso, fazer uma pausa significa ter mais tempo para novas experiências. Gostaria de ver mais destas iniciativas a promover o jejum digital”, acrescenta, na mesma nota, a psicóloga e investigadora Sari Castrén, do Instituto Finlandês para a Saúde e Bem-Estar.

O mote desta ação de campanha – não há outra forma de lhe chamar – é fazer de Ulgostamio “a primeira ilha turística do mundo sem telemóveis”. O ponto de partida é promissor, uma vez que se trata de uma ilha desabitada. Fica a faltar convencer os turistas a abdicarem dos aparelhos eletrónicos que invadiram o dia a dia da humanidade nas décadas mais recentes, tendo em conta que não haverá uma proibição do seu uso propriamente dita – e também não haverá restrições de rede, porque a ilha tem cobertura de internet.
Integrada no Parque Nacional da Finlândia, Ulgostamio é mais procurada por amantes de caminhadas na Natureza e de observação de pássaros. Há por ali algumas espécies raras e uma torre própria para os apreciar. O acesso faz-se por ferry ou táxi aquático desde a cidade de Kotka, situada a cerca de 130 quilómetros a leste da capital Helsínquia. Os visitantes podem pernoitar na ilha, em tendas ou numa cabana gerida por uma empresa estatal.
Seja qual for o destino que tenha em mente para as férias de verão, talvez não seja mal pensado seguir a sugestão dos responsáveis por esta ilha finlandesa, no que toca ao jejum tecnológico. Afinal, a Finlândia lidera o ranking dos países mais felizes do mundo, desde 2018.