Esta não é apenas a história de uma família monárquica portuguesa que se vê envolvida na I Guerra Mundial, sob a bandeira da República recém-implantada e longe de consolidada. Esta é também a história “dos anos mais duros e desafiantes para Portugal em todo o século XX”, contada através das memórias dos irmãos João e Manuel de Mello, dois ilustres combatentes dos mais de 100 mil portugueses que participaram no conflito.
É, pelo menos, a perspetiva de Lívia Franco, bisneta de João de Mello e sobrinha-bisneta de Manuel de Mello, sobre a década de 1908 a 1918. Em Uma Família Monárquica na Guerra da República (D. Quixote, 448 págs., €22,20), a autora traça o retrato de um País em constante sobressalto, no qual as mudanças de poder – e de regime – se fazem a tiro e o pão escasseia à mesa, com um detalhe que cruza as vivências antagónicas dos dois protagonistas por terras de Inglaterra e de França e a História de Portugal.
CAP O Corpo de Artilharia Pesada português, que nunca chegou a entrar em ação por falta de equipamentos, em outubro de 1917, durante a passagem por um campo de treino em Inglaterra. O alferes Manuel de Mello é o terceiro a contar da direita na fila de cima. A fotografia seria publicada, meses mais tarde, na Ilustração Portugueza
