Terminadas que estão, desde a final da Liga dos Campeões, as competições de clubes da época futebolística de 2022/2023 na Europa, está na altura de virar as atenções para as provas de seleções nacionais no Velho Continente. Em especial, para o Campeonato da Europa Sub-21, no qual Portugal se apresenta com a esperança de conseguir, finalmente, conquistar o único título europeu que lhe falta. Ao todo, nos escalões para os quais a UEFA organiza competições continentais, Portugal soma já 10 títulos de Campeão da Europa. À conquista da equipa principal, em 2016, no Europeu de França, juntam-se a vitória dos sub-19 (2018), dois títulos dos sub-18 (1994 e 1999), outros dois nos sub-17 (2003 e 2016) e os quatro europeus ganhos pelos sub-16 (1989, 1995, 1996 e 2000). Como a UEFA não organiza campeonatos da Europa para o escalão sub-20, percebe-se que a Portugal só falta ter sucesso em equipas sub-21.

É em busca da conquista deste título para o futebol português que a Seleção Nacional orientada por Rui Jorge entra, na próxima quarta-feira, 21, em ação no Campeonato da Europa Sub-21, que vai decorrer, na Roménia e na Geórgia, até dia 8 de julho. Na fase de grupos da competição, a equipa das quinas vai ter como adversários na qualificação para os quartos-de-final, para além da seleção anfitriã, a Geórgia, as mais temíveis equipas dos Países Baixos e da Bélgica. Só os dois primeiros classificados deste Grupo A se qualificarão para os jogos a eliminar, agendados para o primeiro fim de semana de julho, e nos quais defrontarão os primeiros classificados do Grupo C, composto por Alemanha, Inglaterra, Israel e República Checa. As meias-finais estão marcadas para dia 5 de julho e a final vai disputar-se, na Arena Batumi, na Geórgia, no dia 8 de julho.

Para alcançar o sucesso pretendido, Rui Jorge dispõe de um impressionante leque de opções, recheado de jogadores que, na última temporada, jogaram ao mais alto nível, em Portugal e nos mais variados campeonatos da Europa. Os nomes escolhidos são os seguintes: Guarda-redes: Celton Biai (Guimarães), Francisco Meixedo (FC Porto) e Samuel Soares (Benfica); Defesas: Alexandre Penetra (Famalicão), André Amaro (Guimarães), Bernardo Vital (Estoril), Leonardo Lelo (Casa Pia), Nuno Tavares (Olympique de Marseille), Tomás Tavares (Spartak Moscow), Tomás Araújo (Benfica/Gil Vicente); Médios: Afonso Sousa (Lech Poznan), André Almeida (Valência), Fábio Vieira (Arsenal), João Neves (Benfica), José Carlos (Guimarães), Paulo Bernardo (Benfica/FC Paços de Ferreira), Samuel Costa (Almería), Tiago Dantas (Benfica/PAOK) e Vasco Sousa (FC Porto); Avançados: Fábio Silva (PSV Eindhoven), Francisco Conceição (Ajax), Henrique Araújo (Benfica/Watford FC), Pedro Neto (Wolverhampton) e Vitinha (Olympique de  Marseille). Como se pode perceber, a Seleção é composta sobretudo por jogadores formados nas escolas de Benfica, FC Porto e Vitória de Guimarães. Muitos deles conseguiram chegar à equipa principal do seu clube, outros estão emprestados e muitos já conseguiram, mesmo, dar o salto para importantes ligas europeias, como são os casos da Premier League inglesa, Ligue 1 francesa, a La Liga espanhola e a Eredivisie holandesa, não esquecendo a Super League da Grécia, a Ekstraklasa polaca ou a Premier League russa.

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Nova tentativa

Se este é um dos grandes insucessos das seleções nacionais, é-o ainda mais porque foram já três as presenças de Portugal em finais que acabaram com o sabor amargo de um título de “apenas” vice-campeão. A primeira final alcançada foi em 1994, em França. Portugal era, então, treinado por Nelo Vingada e a equipa tinha por base os campeões do mundo sub-20 em 1991, contando com Figo, João Vieira Pinto, Rui Costa e companhia, mas perdeu para uma súper Itália, que contava com estrelas como Toldo, Panucci, Cannavaro ou Filippo Inzaghi. Em 2015, na República Checa, Portugal voltou a chegar à final e, apesar de contar com o talento de jogadores como João Cancelo, Raphaël Guerreiro, William Carvalho, Bernardo Silva, João Mário, Sérgio Oliveira, Rúben Neves ou Rafa Silva, não conseguiu superar a Suécia, que contava com o então benfiquista Victor Lindelöf. Mais recentemente, em 2021, na Eslovénia, Portugal contava, entre outros, com Diogo Costa, Vitinha, Fábio Vieira, Rafael Leão, Florentino e Gonçalo Ramos. Ainda assim, perdeu a sua última final, dessa vez contra a Alemanha.

“Procuramos nestas fases finais demonstrar a qualidade do nosso jogador, da nossa equipa, em outros países e é isso que vamos tentar fazer. Se o conseguirmos fazer bem, estaremos mais próximos de conseguir o título que tanto desejamos”, afirmou, no dia do anúncio da convocatória, o selecionador, Rui Jorge. Para o técnico nacional, porém, os três primeiros jogos serão determinantes e representam, todos eles, perigos para a equipa das quinas, mesmo a modesta equipa da Geórgia, que participa na competição na condição de anfitriã e que Portugal derrotou, em jogo de preparação disputado em setembro do ano passado, por 4-1. Já quanto aos outros dois adversários, Rui Jorge alertou para “o perigoso contra-ataque” da Bélgica e considerou que os Países Baixos “assemelham-se ao estilo de jogo” de Portugal, alicerçado na “segurança com bola, criatividade e inteligência no jogo”. Ainda assim, acredita que Portugal pode “olhar qualquer equipa de igual para igual”. Que assim seja e que, de preferência, vença!

Seleção A também vai a jogo

Ainda antes dos sub-21 entrarem em ação, também a Seleção A vai ter dois jogos a contar para a fase de qualificação para o Europeu de 2024, que se vai realizar na Alemanha. Até ao momento, Portugal lidera o Grupo J, com duas vitórias nos dois primeiros jogos, com 10 golos marcados e nenhum sofrido. No próximo sábado, 17, o adversário será a Bósnia e Herzegovina, no Estádio da Luz, e na terça-feira, 20, a equipa orientada pelo espanhol Roberto Martínez desloca-se a Reiquiavique para defrontar a Islândia. Ambos os jogos têm início marcado para as 19h45 e serão transmitidos pela RTP1.