Hoje é Dia Mundial da Criança, mas, desde 2012, por deliberação da Assembleia-Geral das Nações Unidas, o primeiro dia de junho é, também, Dia Mundial dos Pais. É sob esse pretexto, o de celebrar a importância dos pais na educação dos filhos, que a Unicef partilha esta quinta-feira quatro conselhos para os pais conseguirem estabelecer uma ligação forte e de proximidade com os filhos adolescentes, de modo a promover a sua saúde mental numa fase da vida tão “excitante” mas que ao mesmo tempo pode ser “esmagadora, confusa e cheia de mudanças”.
Como ponto de partida, esteja a “travessia” da adolescência a decorrer sem problemas de maior ou carregada de desafios e dificuldades no que respeita ao relacionamento com o seu filho ou filha, “é importante mostrar o seu apoio e amor por eles”, deixando claro que estará “sempre presente” e que os “pode ajudar a ultrapassar os momentos mais difíceis”.
Encorajá-los a partilhar sentimentos
A primeira regra é a de criar oportunidades para saber como eles estão. Uma boa ideia pode ser chamá-los para executarem uma tarefa em conjunto, por exemplo preparar o jantar, e a partir daí encetar o diálogo. A Unicef sugere afirmar o seu apoio incondicional e assumir que tem interesse em conhecer os pensamentos e sentimentos do seu filho. “Algumas palavras simples de encorajamento podem ajudá-los a sentirem-se confortáveis a partilharem os sentimentos consigo”, justifica a organização das Nações Unidas para a proteção das crianças.
Depois, por mais desconfortável que possa ser, é preciso ser compreensivo perante as emoções partilhadas e reagir com expressões como “compreendo”, “parece ser uma situação difícil”, “isso faz sentido”. “Pode ser fácil identificar coisas que o seu filho faz e que não lhe agradam, mas tente também elogiá-lo por algo que ele está a fazer bem – até mesmo algo simples como a higiene”.
Disponibilizar tempo para os apoiar
Trabalho em conjunto para estabelecer novas rotinas e alcançar objetivos concretizáveis no dia a dia é outra medida aconselhada. Exemplos práticos: intercalar tarefas domésticas com trabalhos de casa da escola ou acabá-los sempre antes do banho.
Por outro lado, “adolescência significa independência” e, por isso, os pais devem “dar o espaço e o tempo apropriados” aos filhos. Deixá-los estar no seu canto, por assim dizer, porque faz parte do processo. Qualquer pai já passou por isso e sabe como é.
Não esquecer, também, de incentivar pausas. Seja nos afazeres escolares, seja numa tarefa mais demorada que lhe tenha solicitado. Proponha-lhe fazer algo que sabe que ele gosta. Se o vir frustrado, ajude-o a encontrar uma solução para o problema em causa. “Tente não assumir o controlo nem dizer-lhes o que fazer” – é a mensagem da Unicef.
Resolver conflitos em conjunto
Saber ouvir os adolescentes e manter a calma durante os conflitos é uma virtude a ter em conta. Não é aconselhável entrar em discussão enquanto está revoltada ou revoltado. É preferível respirar fundo, “desligar”, acalmar-se e só depois retomar o assunto. “Evite lutas de poder”, diz a Unicef. “Com o mundo imprevisível neste momento e as opções a parecerem limitadas, os adolescentes podem estar a debater-se para manterem o equilíbrio.” Mostrar simpatia, mesmo que se afigure difícil face ao contexto, é mais indicado do que ripostar ou querer impor autoridade.
“Ser honesto e transparente” com os filhos adolescentes é outro conselho, mesmo que seja para lhes dizer que também está com os nervos à flor da pele. Acaba por ser uma forma de aprenderem a lidar melhor com os próprios ataques de fúria, sejam eles de maior ou menor gravidade. Se os pais souberem partilhar com os filhos as suas reflexões sobre as possíveis soluções para determinado problema, isso também pode contribuir para sanar o conflito.
Cuidar de si
Por fim, a Unicef alerta para a necessidade de os pais cuidarem de si próprios, uma vez que qualquer cuidador está sujeito a muitas preocupações e stresse. Procurar alguém de confiança com quem desabafar, socializar com familiares ou amigos, ir ao encontro de fontes de bem-estar são princípios básicos a reter. Basta descobrir que atividades lhe proporcionam essa recarregar de energia que todos precisam. Pode ser qualquer coisa, desde exercício físico a listas do que fazer, passando por refletir sobre motivos de orgulho ou gratidão na sua vida, ouvir música, dançar ou escrever um diário, citando os exemplos referidos pela Unicef.