Na passada quinta-feira, 28, Ivana Hrynkiw Shatara foi informada pelo Departamento de Correções do Alabama (ADOC) que a sua roupa era “inadequada” e “reveladora demais”, pelo que não poderia assistir à injeção letal de Joe Nathan James Jr, condenado pela morte da ex-namorada em 1994.
No Twitter, a jornalista relata o acontecimento, confessando que não ia partilhar esta história e só o fez porque um outro meio de comunicação a chamou à atenção para esta situação “desconfortável”.
“Um representante do Departamento de Correções do Alabama disse-me publicamente que eu não poderia ver a execução, porque a minha saia era muito curta”, afirma Ivana. A jornalista acrescentou, ainda, que já tinha usado a mesma saia em execuções anteriores e em outros eventos profissionais e tudo ocorreu sem problemas, garantido que a roupa usada era “mais do que apropriada”.
A jornalista ainda tentou puxar a saia para baixo para que ficasse mais comprida, mas sem sucesso. Acabou por ser um fotógrafo de uma estação de televisão de Birmingham que também estava a cobrir o caso a emprestar à jornalista um conjunto de casaco e calças impermeáveis, o que o ADPC já considerou apropriado. O que ainda não estava adequado eram os sapatos de salto alto e abertos à frente, que, por sua vez, foram trocados por uns ténis que Ivana tinha no carro.
O incidente deixou a jornalista desconfortável e constrangida. “Senti-me envergonhada por ter o meu corpo e as minhas roupas questionadas em frente a uma sala cheia de pessoas que não conhecia.”
Uma outra jornalista, Kaitlyn Ross, respondeu à publicação de Ivana, ao dizer que também já passou por esta situação. A jornalista teve o acesso negado a uma instalação do Governo para relatar um processo judicial, devido à sua roupa “reveladora demais”. “é cansativo ser mulher. Fez um ótimo trabalho em circunstâncias ridículas”, conclui a colega.