Aos olhos de quem possui um animal de companhia, o amigo de quatro patas tem uma personalidade única. Optar por um cão de raça pressupõe que a ascendência determina as tendências comportamentais – o pastoreio ou a caça –, bem como o temperamento. Porém, um estudo publicado na revista Science, liderada por Kathleen Morrill, da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos da América, revela que não é bem assim.
A equipa fez a sequenciação do ADN de mais de dois mil cães de raça pura e sem raça definida, a fim de encontrar variantes genéticas comuns e criar definições padronizadas de comportamentos. Depois, aplicou questionários a 18 385 proprietários de cães de estimação sobre o comportamento dos animais e cruzou os dados, chegando a conclusões surpreendentes: a raça só explica 9% das variações dos traços de conduta, sendo que as diferenças registadas dentro de cada uma não diferem das verificadas entre elas.