Jorge Sousa, 60 anos, está sentado, de comando na mão, e volta e meia carrega num dos botões, enquanto ajeita o gorro que o protege do frio que se sente na lota de Sesimbra. É comum vê-lo por aqui às tardes, neste leilão do peixe. Mas também podemos cruzar-nos com ele de manhã, depois de uma madrugada da faina no seu barco.
O carro enche-se agora de exemplares saídos do mar e ainda com alguns criados em aquacultura. “Hoje em dia, comer um peixe do mar é um luxo. Até a cavala, para iscar, já vai a €2,5 o quilo. Dantes, era deitada fora”, nota, já a arrumar os exemplares, selvagens e de viveiro, no seu restaurante na praia do Meco. “Os stocks do mar estão a acabar, a aquacultura é o futuro se queremos continuar a alimentar-nos de peixe”, avisa.