Quem nunca foi apanhado numa “notícia” que nunca o chegou a ser? As “notícias falsas” são um problema que causa cada vez mais preocupação – e no tempo da pandemia, tomou dimensões ainda maiores. A Google, como um dos motores de busca mais utilizados no mundo e responsável por direcionar uma grande parte dos utilizadores para os sites de notícias, está empenhada em combater a epidemia das fake news.
“O compromisso da Google no combate à desinformação foca-se, por um lado, na promoção da literacia mediática através do apoio à investigação e do desenvolvimento de programas que ajudam os utilizadores a perceber melhor a informação que encontram online”, pode ler-se num comunicado enviado às redações. Nesse sentido, a Google partilha sete dicas práticas e fáceis de utilizar que podem ajudar os utilizadores a navegar o ambiente das notícias online, sem serem enganados ou iludidos.
1. Verificar a credibilidade das suas fontes. Ao fazer pesquisas na Internet, é fundamental verificar se as fontes que estamos a consultar são credíveis e de confiança. É uma boa ideia questionarmo-nos qual é o objetivo daquele site ao fornecer aquelas informações, e confirmar a informação com outras fontes. Órgãos de comunicação reconhecidos têm um compromisso com a confirmação dos factos e é altamente improvável que publiquem notícias falsas. É sempre aconselhável tentar apurar quem divulgou originalmente a notícia.
2. Procurar a cobertura de notícias. Várias fontes são sempre melhores do que apenas uma. A Google aconselha os utilizadores a verificar se diferentes meios de comunicação noticiaram o mesmo acontecimento, e como o fizeram, de modo a ter uma visão mais abrangente dos factos. A ferramenta da Google que permite pesquisar apenas notícias (na barra de pesquisa) pode ser útil neste sentido.
3. Fazer mais do que uma pesquisa. Fazer uma pesquisa superficial e acreditar logo no primeiro resultado que encontramos não é boa ideia – tal como ler apenas o título de uma notícia, sem ler o resto. Uma pesquisa simples e superficial pode não ser o suficiente para se estar informado sobre um tópico complexo. Fazer múltiplas pesquisas em diferentes meios e comparar informação é fundamental.
4. Verificar se uma imagem está a ser utilizada no contexto correto. Embora uma imagem possa ser verdadeira – assumindo que não foi manipulada com ferramentas de edição de imagens com o objetivo de iludir o público – pode ter sido inserida numa notícia fora de contexto. Uma certa imagem pode já ter aparecido online, num outro contexto, e ser reutilizada num contexto que não faz jus ao texto que a acompanha. Para confirmar a veracidade de uma imagem, é possível utilizar a ferramenta da Google que permite pesquisar por imagens (ao invés de texto).
Um bom exemplo de uma imagem que se tornou viral e deu origem a uma fake news foi esta, em que o Príncipe William parece estar a fazer um gesto obsceno a uma multidão. Mas uma fotografia tirada de uma perspetiva diferente revela que não foi bem isso que aconteceu.
5. Consultar os sites verificadores de factos. Se tiver dúvidas sobre alguma informação, existem sites verificadores de factos que podem ajudar a resolver a questão. A ferramenta da Google Fact Check Explorer permite ao utilizador fazer uma pesquisa sobre qualquer tópico, e apresenta resultados de verificação de factos de diversos órgãos de comunicação credíveis. Outros sites de verificação de factos são por exemplo o PolitiFact, o FactCheck ou o FullFact. Além disso, muitos órgãos de comunicação hoje em dia têm rubricas ou formatos especificamente dedicados à verificação de factos – pode consultar o da VISÃO aqui.
6. Usar o Google Earth ou Street View para verificar a localização. Caso a notícia em questão trate de um acontecimento ocorrido numa localização distante do utilizador, pode ser difícil aferir a sua credibilidade por desconhecermos esses locais. Se o utilizador quiser saber se uma fotografia é realmente do local que afirma ser, pode usar o Google Earth ou o modo Street View do Google Maps para confirmar a veracidade da informação.
7. Não incluir a resposta na pergunta de pesquisa. Muitas vezes tentamos saber mais informação sobre um determinado tema, quando já suspeitamos daquilo que vamos encontrar. Mas essa pré-concepção, e incluir a resposta no processo de pesquisa pode influenciar os resultados. A Google dá um exemplo: se pesquisarmos “os golden retrievers pesam 85 quilos”, é bem provável que em alguma página dos resultados encontremos essa mesma informação. Mas se fizermos a pesquisa com uma formulação aberta – por exemplo, “peso dos golden retrievers” ou “quanto pesa um golden retriever” – teremos acesso a uma maior variedade de resultados.