Quem entra no Parque da Quinta das Conchas, em Lisboa, ao final da tarde, e vê Inês treinar afincadamente com um personal trainer, não diria que por detrás de cada movimento pode chegar uma pontada de dor. Também não imagina que essa dor persiste há 15 anos, mas que, ainda assim, não a impediu de subir ao Matchu Pitchu de mochila às costas, nem de fazer jogging e praticar ski. Aos 33 anos, Inês já percebeu que quanto mais se mexer, menos a rigidez muscular, que a afeta desde os 14, se fará sentir na manhã seguinte.
Artrite é uma palavra que, tantas vezes, associamos a uma faixa mais idosa da população e, talvez por isso, Inês Alves Martins tenha pensado que, no verão do oitavo ano, tinha apenas dores de crescimento. O caso mudou de figura quando, semanas mais tarde, não conseguiu levantar-se da cama. Após um ano de exames, descobriu sofrer de espondilite anquilosante, uma doença reumática crónica que afeta maioritariamente pessoas em idade jovem. “A dor concentra-se na lombar e, às vezes, nos músculos e ossos da anca. O pior são os espasmos nas costas e a rigidez”, explica, referindo que, sobretudo quando acorda, tem dificuldade em conseguir endireitar-se. “Espirrar também pode ser extremamente doloroso”, conta ainda.
