“Sou radical no sentido em que cumpro fielmente os princípios de Deus”, afirma Eduardo Almeida. Aos 24 anos, apresenta-se como católico tradicionalista. Integra um movimento ultraconservador que defende os princípios mais ortodoxos da Igreja Católica, resistindo à maior abertura – ou à “heresia” – imposta pelo Concílio Vaticano II, nos anos 60 do século passado. O regresso das missas em latim é uma das faces mais visíveis desta corrente religiosa.
O jovem católico portuense admite que as suas posições possam ser vistas como radicais. Serão elas um sintoma do maior extremismo das gerações mais jovens, nas quais se incluem os millennials e a geração Z? Haverá radicalismos piores do que outros? E qual o papel das redes sociais nesta equação turbulenta?

Missas em latim
Eduardo Almeida
Católico ultraconservador
24 anos
“Pouca gente entende o que é dito numa missa em latim, mas há algo de sobrenatural que nos transporta para a majestade de Deus. A missa antiga também é um grande exorcismo contra o demónio. Já a missa nova [em português] reflete uma Igreja que deixou de acreditar no seu mandato missionário. Enquanto católico tradicional, defendo que a minha religião é a única verdadeira. E todos podem ser acolhidos por ela, desde que renunciem ao pecado. Os homossexuais, se respeitarem a castidade, podem praticar a doutrina. Temos de perceber que a felicidade está no sacrifício.”