As medidas de confinamento e, depois o fecho das escolas, fizeram baixar o R (índice de transmissibilidade) para 0,82 indicou Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, uma “redução clara e uma das mais baixas que observámos até agora”.
Esta é agora a média nacional, sendo que “todas as regiões do país, incluindo os Açores estão abaixo de 1, com exceção da Madeira que está com 1,13 e em fase de crescimento”, referiu durante mais uma reunião no auditório do Infarmed com especialistas e políticos.
Esta redução “iniciou-se perto do dia 15 de janeiro e do dia 22”, dias em que foi decretado um confinamento com medidas semelhantes a março e abril de 2020 e, a 22, o fecho das escolas.
Na análise à mobilidade do País, comparando com outros países da Europa, Baltazar Nunes diz que “no dia 1 de janeiro, Portugal estava entre os países com maior mobilidade. A 15 de janeiro reduz um bocado, mas ainda está nos países com maior mobilidade”, sendo que Áustria, Reino Unido, Holanda e Irlanda têm a mobilidade mais reduzida. No entanto, com a introdução das medidas de confinamento e fecho das escolas “Portugal passa para os países com redução de mobilidade e, atualmente, Portugal é o país com uma redução de mobilidade mais acentuada na União Europeia, com uma diminuição na ordem dos 66 por cento”.
Os modelos matemáticos formulados para três cenários de confinamento com escolas fechadas a 30 dias, a 45 dias e a 60 dias indicam, segundo Baltazar Nunes, que “precisamos de manter estas medidas de confinamento por um período de dois meses para trazer o número de camas ocupadas em cuidados intensivos abaixo das 200 e a incidência acumuladas a 14 dias abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes”.