Sirio Persichetti, um menino italiano de sete anos, é incapaz de falar ou comer sozinho. No entanto, isso não o impediu de tornar-se numa sensação das redes socais. Através de pequenos vídeos, a mãe, Valentina Perniciaro, mostra aos milhares de seguidores a vitalidade e coragem do pequeno Sirio.
Sirio nasceu em Roma, no Verão de 2013. Nasceu prematuro, às 30 semanas de gestação, e teve alta um mês antes de atingir as quarenta semanas.
Depois de oito dias em casa, o pequeno Sirio foi encontrado no berço sem pulsação. Foi reanimado no hospital, mas seguiu-se um processo de recuperação doloroso que só teve fim dez meses mais tarde, com um diagnóstico desencorajador:“estado vegetativo”, uma condição que, aos olhos dos profissionais de saúde, era quase que uma “sentença de morte” para um bebé com menos de um ano de idade.
Contra todas as probabilidades, Sirio foi melhorando a “olhos vistos”, o que lhe valeu uma alteração de diagnóstico para tetraplegia espática – uma patologia que resulta na perda do movimento dos braços, tronco e pernas e, em caso mais sérios, em incapacidade respiratória.
Mas Sirio tencionava continuar a surpreender os médicos. Aos cinco anos, deu os primeiros passos. O vídeo que registava o momento, valeu-lhe quase 8 mil visualizações no Youtube e o lançamento de uma carreira de mini-influencer.
Com presença no Youtube, Facebook, Instagram e Twitter, o pequeno Sirio alegra o dia-a-dia de milhares de seguidores com as suas “pequenas-grandes” conquistas, que vão desde fazer marcha-atrás no mini cooper de brincar, a jogar no iPad, até ler e escrever.
Valentina Perniciaro conta como os vídeos do filho ajudam a aquecer os corações de pessoas de todos os cantos do mundo, enquanto quebram estigmas em torno da vida com deficiência. “Nós queríamos contar a história da deficiência de uma forma diferente. Queríamos contá-la como realmente é. Algo que não é fácil de enfrentar, mas que, uma vez na direção certa, – e com a ajuda correta – permite que as crianças desfrutem de algo a que podemos realmente chamar de vida”, disse Valentina à Reuters.
As mensagens de apoio são centenas, o que encoraja Valentina a continuar a partilhar a jornada do filho. “Em pouco tempo, a resposta – especialmente de famílias que vivem em situações semelhantes – foi poderosa e emocionante.”
Valentina não esperava que as brincadeiras de “Sirio e os tetrabundos” – uma espécie de rubrica que junta a doença tetraplegia com a palavra vagabundo” – tivessem tanto sucesso, mas apercebeu-se que tem em mãos uma ferramenta bastante “útil e um passo necessário para normalizar a vida de muitas pessoas”.