“Vamos encerrar a escola de 2.º e 3.º ciclo de São Jorge [no concelho de Santana, norte da Madeira], porque não vamos ter alunos, pelo que há aqui uma sobra de professores, que será redistribuída na rede”, disse à agência Lusa o secretário regional da Educação, Jorge Carvalho.
O governante indicou que há também a possibilidade de encerramento da escola do 1.º ciclo do Palheiro Ferreiro, no Funchal, que já se encontra fundida com a escola de São Gonçalo.
“Se há menos alunos, menos turmas, também há uma menor necessidade em termos de recursos humanos”, disse Jorge Carvalho, sublinhando, no entanto, que o ano letivo se inicia com “praticamente todos os professores colocados” e que a “contratação é dinâmica”.
O governante precisou que entre 07 e 11 de setembro começam a funcionar as creches, o pré-escolar e os 1.º, 2.º e 3.º ciclos e entre o dia 14 e o dia 17 de setembro arrancam as aulas do ensino secundário.
Dos 6.200 docentes que exercem a atividade no arquipélago nos setores público e privado, cerca de 95% tem vínculo permanente à Região Autónoma da Madeira.
Apesar das medidas de contenção da covid-19 adotadas pelas escolas, o secretário da Educação afirma que foram mantidos “todos os projetos” e “todas as dinâmicas” em curso nos 130 estabelecimentos da região e, por outro lado, admite que possam surgir situações que motivem o recurso à contratação de mais professores.
“Vários cenários serão acionados em função das circunstâncias e todo o trabalho que está a ser desenvolvido é no sentido de garantirmos o ensino presencial”, disse.
Jorge Carvalho explicou que o recurso ao ensino à distância pode ocorrer se for detetado um caso positivo numa escola ou numa turma, destacando que a secretaria regional dispõe de condições para atuar, nomeadamente ao nível de equipamentos informáticos.
Por outro lado, os manuais digitais, introduzidos ao nível do 5.º ano em 2019/2020, vão agora ser estendidos ao 7.º ano em três concelhos da região – Calheta, Ribeira Brava (zona oeste) e São Vicente (zona norte) – na sequência de uma parceria com as câmaras municipais.
“A introdução de manuais digitais no ano 2019/2020 foi extremamente positiva, por parte da avaliação feita pelos encarregados de educação, pelos alunos, pelos professores e pelos estabelecimentos de ensino. Todas as escolas mantêm o projeto para o ano 2020/2021”, disse Jorge Carvalho.
E reforçou: “A pandemia veio demonstrar que estes alunos [cerca de 2.200], que estavam já num contexto de ensino digitalizado, conseguiram manter uma proximidade e uma relação com os professores e com escola muito mais profícua.”
A divisão do ano em dois semestres – um projeto-piloto que envolveu sete escolas do arquipélago em 2019/2020 – prossegue este ano envolvendo agora 13 estabelecimentos.
A Secretaria Regional da Educação dispõe de um orçamento de 400 milhões de euros, sendo 93% usado para pagar salários e financiar escolas, incluído as privadas, que recebem um apoio anual de cerca de 30 milhões de euros.
DC // ROC
Lusa/Fim