Na passada quarta-feira, 29, peritos de diversas universidades britânicas, publicaram um estudo na revista Science acerca da origem das pedras megalíticas de Stonehenge. Após anos sem saber qual a origem exata das pedras, concluíram que é provável que elas sejam provenientes de West Wood, uma área florestal que se encontra a 24 km de Stonehenge, perto da cidade de Marlborough.
A English Heritage, uma organização pública sem fins lucrativos de proteção do património no Reino Unido, twitou acerca da descoberta na sua página oficial. “Os resultados mostraram uma melhor correspondência com um local específico (finalmente) revelando de onde, provavelmente, vêm os gigantescas blocos de arenito…”, pode ler-se na publicação.
Até à data, os cientistas suspeitavam que a origem das grandes pedras da estrutura de Stonehenge, constituídas por arenito predominante no Reino Unido, podiam, de facto, ter origem em Marlborough Downs, um grupo de colinas a norte do monumento. No entanto, essa localização era “impossível de identificar até então”, de acordo com a declaração publicada no site da English Heritage.
A recente descoberta foi possível após um pedaço de pedra dos anos 50, que faltava no monumento, ter sido devolvido ao património inglês da Flórida no ano passado. Assim, cientistas de diversas universidades britânicas, começaram a fazer os primeiros testes de modo a descobrir a verdadeira origem das pedras. Para tal, foram analisadas pedras e o pedaço que faltava, chegando-se à conclusão de que a maioria partilhava uma composição semelhante, e com origem na mesma área. Depois, foram analisados os afloramentos rochosos das zonas compreendidas entre os condados de Norfolk e Devon, de modo a comparar as suas composições químicas com as amostras de Stonehenge. O resultados demonstraram a existência de uma correspondência com West Woods, uma zona florestal que se localiza a cerca de 40 minutos do monumento.
Apesar dos resultados positivos da descoberta, ainda há algumas questões por responder. Uma delas é a existência de duas pedras que parecem ter surgido de áreas diferentes dos restantes blocos de Stonehenge. No entanto, segundo o estudo, “embora isso possa ser coincidência, uma possibilidade é que a presença desses blocos marque o trabalho de diferentes comunidades de construtores que optaram por obter os seus materiais numa zona diferente”.
Uma outra questão a analisar é o porquê de os construtores originais de Stonehenge terem optado por utilizar blocos de West Woods no monumento, uma vez que havia áreas mais próximas com esse tipo de arenito nas redondezas. No entanto, os cientistas acreditam que essa questão possa estar relacionada com o tamanho das pedras. “Eles [os construtores] queriam as pedras maiores e mais substanciais que pudessem encontrar e fazia sentido tirá-las o mais próximo possível”, afirma a historiadora Susan Greaney, uma das autoras do estudo, na declaração da English Heritage.
Um outro mistério que permanece sem resposta tem a ver com o transporte das pedras e como é que elas vieram de tão longe até ao local do monumento. Segundo o estudo, de modo a desenvolver uma resposta a esta pergunta, “são necessárias mais investigações para diminuir a localização exata da fonte em West Woods e para identificar poços de extração de blocos de arenito pré-históricos”.