
Aparentemente, ganhámos dez anos no combate às alterações climáticas. Pelas projeções da Agência Internacional de Energia, no final de 2020 as emissões de gases com efeito de estufa associadas à produção e ao consumo de energia terão caído 8%, devido a uma queda na queima de carvão, petróleo e gás como já não se via desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o que nos deixa aos níveis de 2010.
Mas a História ensinou-nos que não temos razões para grandes otimismos. Da última vez que assistimos a uma descida do dióxido de carbono (CO2) com origem na atividade humana, na sequência da recessão de 2008/2009, rapidamente recuperámos as emissões perdidas, e com juros: em 2009, caíram 1,4%; em 2010, cresceram 5,1% – cinco vezes acima da média anual.
Mesmo do ponto de vista puramente económico, os países têm tudo a ganhar se os seus governos fizerem as coisas de forma diferente. Um estudo publicado na Oxford Review of Economic Policy, que se baseia num inquérito a mais de 200 economistas de topo, conclui que investir numa recuperação económica sustentável é a opção mais racional, que oferece maior retorno. O mesmo estudo, no entanto, analisou os estímulos económicos pós-recessão e percebeu que os governos tenderam a apostar em planos “castanhos” (de apoio a combustíveis fósseis) ou “sem cor”, em detrimento de “verdes”, “devido à perceção de que a economia deve suplantar-se à ação climática em tempos de crise”, escrevem dois dos seus autores num artigo de opinião no site de ciência climática Carbon Brief.
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