O impacto da pandemia nos serviços de saúde e na oferta de cuidados para o tratamento de outras doenças é inevitável. Na nossa amostra, a maioria dos agendamentos existentes (90%) foi adiada ou passou para teleconsultas, em particular no setor privado. A maior parte das pessoas não identifica grandes alterações na resposta dos serviços de saúde, embora um terço aponte para maiores dificuldades do que antes.
Com os novos dados, conseguimos também observar tendências importantes no comportamento dos portugueses face às medidas de controlo da pandemia. Desde meados de março, a proporção de pessoas da amostra em isolamento tem vindo a aumentar ao longo do tempo, aproximando-se recentemente dos 100%, consequência das medidas públicas tomadas. Os níveis de preocupação têm-se mantido constantes ao longo do tempo. Dois em cada três portugueses sentem os impactos financeiros negativos na vida familiar. A proporção de portugueses que antecipa o agravamento dos efeitos económicos negativos num futuro próximo é ainda maior e atinge os 85 por cento.
Por Pedro Pita Barros, Eduardo Costa e Sara Almeida
Fonte: Inquérito sobre a pandemia Covid-19 (1 025 pessoas constituem a amostra na segunda vaga
do inquérito, realizado entre os dias 27 de março e 6 de abril. Nalgumas perguntas, foram consideradas as respostas das duas vagas)