As cores do pôr do sol são criadas pela dispersão de Rayleigh, o mesmo fenómeno que faz o céu parecer azul durante o dia. A luz solar contém todas as cores do arco-íris, mas nem todas as cores chegam ao solo com a mesma intensidade. As moléculas de nitrogénio e oxigénio na atmosfera atuam como pequenos espelhos, em particular para a luz azul e violeta. Isso significa que não há tanta luz azul ou violeta no solo. Em vez disso, as cores refletem-se na atmosfera, criando o azul que nos abriga.
Durante o pôr do sol, a luz precisa de percorrer uma distância maior para poder alcançar a nossa visão – assim, mais luz azul e até mesmo verde e amarela são filtradas, fazendo sobressair os tons mais quentes da luz, os vermelhos e os laranjas.
No que diz respeito a apreciar as melhores “horas douradas”, talvez a melhor época do ano seja durante o inverno. Os dias mais frios oferecem as melhores oportunidades porque as cores do pôr do sol baseiam-se na forma como a luz entra e viaja pela atmosfera. As partículas de poeira e poluição no ar dispersam a luz e reduzem a quantidade que chega ao solo, reduzindo assim a intensidade das cores. Portanto, sempre que está nublado, as cores do pôr do sol ficarão mais suaves. Quando o ar está fresco e limpo, essas horas de crepúsculo oferecem cores mais vibrantes.
Os níveis de humidade que geralmente se verificam no inverno também ajudam a explicar a beleza deste fenómeno durante esta estação. A maior parte do ar que respiramos durante o inverno descende do Ártico, onde há poucas árvores e atividades industriais que produzam aerossóis. Os aerossóis são químicos naturais que, ao atraírem moléculas de vapor de água, incham e reduzem assim a intensidade da luz e a pureza do espectro da luz.
“Algumas pessoas pensam que os sítios com mais poluição têm os melhores pores do sol, mas isso é um mito”, explica o meteorologista da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA, Stephen Corfidi, ao site americano VOX. Durante o inverno, não só tudo fica mais nítido, como também o ar é mais limpo devido às correntes de ar do Ártico. E as cores que nos são dadas a ver ao final do dia tornam-se verdadeiramente mágicas.