Fica em Dalarna, perto da fronteira com a Noruega e será um dos primeiros aeroportos do mundo a por em prática a nova tecnologia de controlo de tráfego aéreo remoto, com os operadores não no local, mas num prédio, baixinho, a cerca de 300 quilómetros de distância.
Projetado para melhorar a segurança e cortar custos, é um sinal de que a arquitetura e as operações dos pequenos aeroportos estão a mudar. “A ideia existe há algum tempo”, reconhece R. John Hansman, professor de aeronáutica e astronáutica no MIT, a escola de Tecnologia do Massachusetts, nos EUA, e diretor do Centro Internacional de Transporte Aéreo.
Já a empresa de segurança e defesa sueca Saab assume que anda a testar o controlo aéreo remoto do tráfego aéreo há cerca de uma década, em várias localidades, da Irlanda aos EUA e à Austrália.
É por isso que neste aeroporto escandinavo, alojado nas montanhas, se instalaram também várias câmaras e sensores em volta da pista, que dali retransmitem os dados para o centro de controlo na cidade mais próxima. “Do ponto de vista técnico, temos melhor segurança”, defende ainda Hansman.
A “culpa” é das imagens de alta definição, que proporciona, aos operadores remotos uma vista de 360 graus condensada num arco de 225, transformando o ecrã numa janela virtual que acaba por oferecer uma visão mais abrangente do que uma torre tradicional.
A realidade aumentada permite ainda que os operadores vejam a identificação das informações de voo e radar “quase” ao vivo, enquanto os sons externos do aeroporto são reproduzidos nos alto-falantes do centro de controle remoto.
Outra vantagem da tecnologia remota é que a visão é aprimorada à noite e em condições adversas, e os operadores também podem aumentar e diminuir o zoom com facilidade.
“As torres virtuais funcionam como qualquer pessoa que trabalhe remotamente usando tecnologia, seja educação, software, reuniões…”, sublinha ainda David Gillen, professor da Universidade da Columbia Britânica. “Há muito tempo que sabemos que não é preciso estar no escritório o tempo todo. Se os cirurgiões podem fazer operações via vídeo, então também podemos informar uma aeronave sobre o que deve fazer para uma partida ou aterragem segura.”
O terminal do já conhecido Aeroporto das Montanhas Escandinavas serve a maior área de esqui alpino da região e foi projetado para operar quatro voos em simultâneo, das companhias aéreas SAS e Braathens Regional. Ou seja, quando for inaugurado, a 22 de dezembro de 2019, será uma porta de entrada para os visitantes das estâncias de esqui de Salen, na Suécia, e Trysil, na Noruega.