Sónia era Gabriela e Gabriela era Sónia – pelo menos naqueles idos dos anos 1970, estava a estrela brasileira em percurso ascendente. Gabriela Cravo e Canela, telenovela produzida pela TV Globo, estreou em 1975, mas só chegou a Portugal em 1977, altura em que, dizia-se, até o parlamento parava para ver a novela. Desde então Sónia Braga, hoje com 69 anos, ganhou uma notoriedade nunca esquecida, mesmo que, depois de se ter radicado em Nova Iorque, no final dos anos 1980, não tenha voltado a ter tamanho sucesso. Ainda assim, chegámos a vê-la no grande ecrã ao lado de figuras maiores de Hollywood, como Robert Redford ou Clint Eastwood, e até em festas de empresários como Donald Trump, hoje presidente dos EUA. Mais tarde, voltaria a dar nas vistas ao integrar o elenco de O Sexo e a Cidade, ao lado de Carrie Bradshaw (interpretada pela atriz Sarah Jessica Parker) e as suas amigas. Espectadora assídua dos desfiles de moda em Nova Iorque, muito recentemente deu também a cara nas manifestações em defesa da Amazónia, ao lado de Caetano Veloso.
Agora, à Vogue Brasileira, Sónia não só conta como é o seu novo estilo de vida muito regrado (“Ando muito e passo bastante tempo sozinha”) como ainda assume – de vez – os seus cabelos brancos.
“Meu cabelo é uma metáfora muito importante para mim. Mas, cabeleireiros, vocês não vão ter que sujar mais a mão e usar aquela luvinha – não quero pintá-los nunca mais”. Mais: “É uma sensação de liberdade muito grande, de normalidade, de natureza mesmo. Agora me reconheço melhor, e combina mais com meu rosto. Fora que sou tão saudável, me incomodava demais aplicar toda aquela química na cabeça.”