Foi criada pela cofundadora da Mattel, Ruth Handler, que queria uma boneca diferente para a sua filha Barbara, e não a limitasse a cuidar apenas bonecos bebés. Estávamos a 9 de março de 1959. Desde essa sua apresentação naquele Salão do Brinquedo em Nova Iorque, já foram vendidas mais de mil milhões destas bonecas. E desde então percorreu-se um longo caminho.
O seu primeiro pequeno grande passo foi logo em 1965, quando Barbie se tornou astronauta, quatro anos antes de Neil Armstrong pisar a Lua. Passariam 15 anos até conhecermos a primeira Barbie negra, integrada numa coleção chamada Diversidade e que incluía ainda uma versão hispânica. Em 1984, a Alta-Costura não resistia ao apelo de a vestir e eis que a boneca ganhava uma versão estilizada por Oscar de La Renta. Em 1985, era pintada pelo artista Andy Warhol. Foi presidente dos EUA em 1992 e bombeira em 1995.
Chegada aos anos 2000, inaugurou outra era, começando por ser engenheira de computadores, em 2010, e de robótica, em 2018. Também em 2010 fez uma pequena participação no filme Toy Story 3. Em 2014, abriu conta no Instagram. Em 2015 foi o rosto da campanha Tu Podes ser o que quiseres, abrindo o seu canal no Youtube. Em 2016 fez capa da TIME sob o título: “Agora podemos parar de falar sobre o meu corpo?”
Já homenageou a boxer olímpica inglesa Nicola Adams, a esgrimista olímpica americana Ibtihaj Muhammad, a modelo e ativista Ashley Graham, a primeira bailarina principal afro-americana no American Ballet Misty Copeland e a diretora do filme Selma, Ava DuVernay.
Este ano, chegada aos 60 anos, foi lançada uma linha de bonecas inspiradas na pioneira de aviação Amelia Earhart, na pintora mexicana Frida Khalo e ainda Katherine Johnson, cientista espacial, das primeiras engenheiras negras contratadas pela NASA.
Pelo caminho, e a propósito do Dia Internacional das Raparigas, ganhámos ainda uma Barbie astrobióloga e de inspiração portuguesa: vestida de ganga, com óculos de proteção e bata branca, enquanto segura um balão de Erlenmeyer, a boneca replica na perfeição Zita Martins, professora do Departamento de Engenharia Química do Instituto Superior Técnico. “É uma grande honra, mas é também uma grande responsabilidade ser considerado modelo para as gerações mais novas”, comenta Zita, contente por esta Barbie também mostrar que os cientistas são pessoas normais – e que as mulheres têm um papel fundamental na ciência.