Há dois dias, o britânico The Times dava a notícia: “Violador preso recebe oportunidade para ver o filho da sua vítima”. Em breve, Sammy Woodhouse anunciava, num vídeo que já se tornou viral no Twitter, que a história publicada é sobre ela, o seu violador e o filho que resultou do ataque. “E sobre o facto de o Conselho de Roterdão (South Yorkshire, Inglaterra) lhe ter oferecido a possibilidade de alegar direitos parentais sobre o meu filho apesar de ter ficado provado em tribunal – foi condenado a 35 anos – que ele representava um perigo para mim e para outras crianças”, continua, no vídeo que já foi partilhado milhares de vezes.
Woodhouse luta agora por uma alteração na lei de 1989, apoiada pela deputada Louise Haigh, que considera a situação “totalmente inaceitável”.
Segundo o The Times, o caso começou quando o conselho tentava encontrar uma solução de acompanhamento da criança, com conhecimento e apoio da mãe, que se debatia com as necessidades “complexas” do filho. Só que o conselho é obrigado por lei a notificar todas pessoas com “responsabilidade parental”. Não era, claro, o caso do pai, identificado pela UK Press Association como Arshid Hussain, que nem sequer consta da certidão de nascimento. Mas o seu nome fazia parte da lista de pessoas a contactar pelo organismo, segundo o Times, que adianta que, em tribunal, Woodhouse foi informada que o seu violador tinha sido contactado, que poderia procurar representação legal e que até poderia ser autorizado a visitar a criança ou esta ficar sob custódia dos seus familiares.
“Fiquei absolutamnete mortificada quando descobri”, recordou, na quarta-feira, ao programa Good Morning Britain.
Hussain não chegou a pedir para ver a criança, mas Woodhouse vai continuar a sua luta para travar situações como esta “que estão a acontecer por todo o país”.
Arshid Hussain foi detido em 2016 e condenado a 35 anos de prisão por 23 crimes sexuais contra menores.