Na segunda edição, o festival que pretende combater o estigma e fomentar o debate através do cinema, das artes e da informação, traz este ano mais novidades. Falámos com a responsável deste evento anual, que promete algumas surpresas
Qual o balanço do primeiro ano do evento, que contou com a presença da diretora do Festival de Artes e Cinema Escocês de Saúde Mental, que já existe há 12 anos no Reino Unido?
A sociedade civil entendeu e aderiu ao conceito e não tivemos apenas profissionais de saúde à ideia na plateia, como sucedeu noutros países. Valeu a pena, até por não termos provas dadas, nem passado e serem conhecidas as dificuldades de financiamento que tivémos. Falou-se de prevenção e debateu-se a doença de Alzheimer, o alcoolismo e a patologia borderline.
Este ano, o Mental apresenta-se de forma autónoma. O que está a ser diferente?
A Direção Geral de Saúde é co-produtora desta edição, que vai realizar-se em Lisboa e no Porto e contamos com a presença de vários parceiros, embora persistam problemas de financiamento: a ação de angariação resultou em poucas centenas de euros. Leva tempo mas esta iniciativa tem condições para crescer, dado o interesse do público.
Como se pode aferir esse interesse por parte da sociedade civil?
Por exemplo, a quantidade de propostas que nos enviaram após a divulgação do festival, que já tinha a programação fechada: ao todo ascenderam a 60, entre projetos e iniciativas em curso. Na open call international participaram 23 países, com 90 trabalhos de animação, ficção e documentário e no júri contámos com a participação da Ordem dos Psicólogos. Nesta edição abrimos o festival à literatura, com o apoio do Plano Nacional de Saúde Mental.
Para que tipo de públicos está vocacionado o festival da saúde mental?
A todos os que tiverem curiosidade, interesse e vontade de participar. Vamos inclusivamente dedicar uma parte do programa às crianças. As pessoas precisam – e querem – saber mais sobre saúde mental, sem se ficar pela superfície dos temas. Desta vez vão ser a esquizofrenia, a ciberdependência e o suicídio. Além, claro, da prevenção.