Entre janeiro e junho deste ano, a variação dos preços das casas no centro histórico de Lisboa foi residual: apenas aumentaram 0,1%, comparativamente com o semestre anterior, de acordo com o Índice de Preços do Centro Histórico de Lisboa, elaborado pela Confidencial Imobiliário.
Já no último semestre do ano passado tinha sido registado um forte abrandamento, com a taxa de variação semestral a cair para menos de metade (cerca de 8,5 pontos percentuais), em oposição à valorização de 14,4% no primeiro semestre de 2017.
Este travão dos últimos dois semestres traduz-se numa redução abrupta da taxa de variação homóloga, passando de 21,1% no segundo semestre de 2017 para 6% nos primeiros seis meses deste ano.
O diretor da empresa especializada em estatísticas de imobiliário, Ricardo Guimarães, já afirmou tratar-se “de um regresso à normalidade”, uma vez que taxas de crescimento de 20% são insustentáveis a longo prazo.
Apesar deste abrandamento, os preços do imobiliário nestas três freguesias continuam no patamar máximo dos últimos dez anos, estando 68% acima dos valores de 2008. Considerando o ponto mínimo de mercado durante este período – o primeiro semestre de 2013 – a valorização mais do que duplicou.
Se a análise for alargada ao concelho de Lisboa, a valorização homóloga supera os 20% há nove semestres consecutivos.
No segundo trimestre deste ano, os preços da habitação na capital subiram 4,9%, em termos trimestrais. Já em termos homólogos o aumento foi de 21,5%.
Atualmente, o custo das casas em Lisboa está 58% acima dos valores de 2017 e mais do que duplicou desde 2013.
Tem estado em discussão na Assembleia da República um novo pacote legislativo relativo à habitação e ao arrendamento. Quanto ao Alojamento Local, já entrou em vigor a norma que suspende novos pedidos de registo em zonas como Alfama, Mouraria, Castelo, Madragoa, Bairro Alto, Chiado, Príncipe Real, Cais do Sodré, Santa Catarina, Bica, Santa Engrácia e Graça.