O Estado da Virgínia, nos EUA, tem uma lista de regras que os visitantes têm de cumprir quando querem visitar familiares ou amigos na prisão. Nessas normas de conduta há um extenso capítulo só dedicado ao que as visitantes mulheres não podem usar. Inclui minissaias, vestidos ou blusas com decotes pronunciados, leggings, roupas justas e tops. Avisa, ainda, que todos devem usar “roupa interior adequada”, o que quer que isso queira dizer.
Agora, as autoridades foram ainda mais longe. A partir do próximo mês, as mulheres visitantes estão proibidas de usar tampões ou copos menstruais. A razão, referiu a porta-voz do sistema prisional, é o tráfico de droga.
A American Civil Liberties Union já pediu para esta regra ser revogada porque “é inaceitável qualquer tipo de política que ponha em causa a dignidade e a saúde das mulheres”. Os advogados e advogadas também criticaram a proibição que “viola o direito à privacidade”.
Mas o sistema prisional não está pelos ajustes e justifica que “quem quiser visitar um ou uma reclusa não pode ter nada escondido nas cavidades do corpo”.
Depois de consultarem o procurador-geral da Virgínia decidiram, então, que vão oferecer pensos higiénicos às mulheres que quiseram fazer visitas para que os tampões não apareçam nos scanners corporais e possam ser confundidos com contrabando a entrar na prisão.
Os scanners corporais são utilizados nas prisões para identificar possíveis objetos ou droga que possam estar escondida no corpo dos visitantes. Caso o aparelho detete um alguma coisa, a pessoa tem de consentir ser revistada, mesmo que nua, e sujeita a uma busca às cavidade do corpo, caso contrário a visita é rejeitada.
A porta-voz das prisões justifica-se dizendo que “têm morrido reclusas e reclusos devido a overdoses dentro da prisão. A nossa missão é proteger tanto os detidos como os funcionários”.