O que se dá a um homem que já tem tudo? Um iate um pouco melhor do que os outros, aparentemente. O The Times escreve que a nova geração de bilionários tem estado a encomendar “barcos” mais resistentes e com depósitos maiores, para voltas ao mundo e incursões ao Ártico e à Antártida. Especialistas ouvidos pelo jornal britânico garantem que, nos últimos cinco anos, os novos super-ricos – mais jovens e temerários dos que os clássicos – preferem a aventura ao conforto. O The Guardian confirma: “Reconhecemos essa tendência”, assegurou o diretor da revista Boat International, Stewart Campbell. “Há mais super-iates ‘exploradores’ do que alguma vez houve.”
Há que relativizar o desconforto destas embarcações. Por exemplo, a construtora naval americana (propriedade de um norueguês) Strand Craft revelou recentemente o design do super-iate Aurora Borealis: ideal para qualquer pessoa (com mais de €50 milhões na conta) experimentar na pele as agruras dos locais mais inóspitos do planeta, mas sem descurar os mínimos exigíveis, como a estabilidade dos 122 metros de comprimento, piscina, uma suite com 400 m2 e outras oito com 100m2, varandas retrácteis, jacuzzi exterior, ginásio, cinema, salão de beleza, spa, biblioteca, adega, helipad e hangar para dois helicópteros, e, claro, um espaço para estacionar o submarino. Além do casco reforçado, para enfrentar os gelos marinhos dos círculos polares, o Aurora Borealis tem autonomia para 8 mil milhas náuticas (a circunferência da Terra é de cerca de 21 mil milhas náuticas). E porque os novos bilionários são sensíveis às questões ambientais, o iate é de propulsão elétrica, a partir de células de hidrogénio.
“É tudo a pensar na aventura”, diz o diretor da Boat International. “Há um desejo crescente de pessoas com enormes fortunas de ir a locais intocados e ter as experiências mais raras.” São efetivamente experiências raras.