Artur Cacciolari vivia em Itália desde 2015 e tinha o sonho de entrar para a companhia de circo Dragone, depois de fazer parte da equipa do Sonics, em Turim, durante dois anos. Mas o que era suposto ser um vídeo de um salto acrobático que Artur incluiria no currículo para enviar à companhia Dragone, acabou por se transformar numa tragédia.
Na última quarta-feira, enquanto um amigo gravava o salto, o jovem brasileiro, de 20 anos, caiu de uma cascata com 15 metros de altura, a Goja del Pis, em Almese, Itália. A tentativa de salvamento do amigo não foi bem sucedida, devido à forte corrente, e o corpo do acrobata só foi encontrado pelas autoridades três horas depois da queda, que afirmam que o brasileiro bateu com a cabeça nas pedras do fundo do lago.
À BBC Brasil, Alessandro Pietrolini, diretor da companhia Sonics onde Artur trabalhava, contou que a Dragone pedia aos candidatos uma gravação de um salto em piscina, com apenas cinco metros de altura. “Ele podia entrar em qualquer equipa internacional sem arriscar a vida. Mas esta era a sua personalidade, não se contentava”, conta.
Segundo o diretor, o acrobata já tinha feito saltos iguais várias vezes mas, desta vez, com as chuvas fortes que tinham caído naquela região e com os avisos das autoridades, o brasileiro não devia ter arriscado o salto.
“Infelizmente, ele não teve em conta as condições do local. O problema não era saltar daquela cascata, mas saltar naquelas condições, porque tinha chovido muito”, conta, à BBC Brasil, Vitor Dias, colega brasileiro de Artur na Sonics.
O brasileiro era já considerado uma promessa no mundo do circo, tendo já participado em apresentações mundiais em Londres e Doha, no Qatar, por exemplo. Para o verão, tinha planeado participar em novas apresentações, com o objetivo de ganhar mais experiência.
“Cacciolari tinha um talento extremo. Era impossível ensinar-lhe algo, ele já sabia tudo. Era simplesmente brilhante no que fazia”, afirma o diretor.