E se for possível clonar animais para trazer outros da extinção? Cientistas da Universidade de Melbourne conseguiram, depois de 10 anos de pesquisa, sequenciar o genoma de um tigre-da-tasmânia através do ADN de um canguru de 4 meses de idade que estava preservado em álcool. Através dessa informação, descobriram também outros aspetos importantes na vida da espécie, como a estrutura da população ao longo do tempo, os locais onde costuma estar e o seu relacionamento com outros marsupiais.
Para a clonagem, vão utilizar a técnica do professor da Universidade de Harvard, George Church, que já está a ser usada para trazer o mamute de volta, através do ADN de um elefante asiático, que é o animal com a genética mais parecida com a do mamute. Esta é uma técnica que não muito diferente daquela usada no filme “Parque Jurássico”.
Andrew Pask, um dos responsáveis pela descoberta do genoma do animal australiano, afirma que “Isso já não é ficção científica, é um facto científico. Eles vão ser capazes de trazer algo parecido com mamute de volta à vida.”
No caso do tigre-da-tasmânia, o animal vivo mais parecido é o numbat, apesar de, mesmo assim, terem muitas diferenças e não ser tão fácil como colonar um mamute. Pask explica que “teremos de fazer muito mais mudanças para tornar o ADN parecido, mas a tecnologia para fazer essas mudanças ficou exponencialmente mais fácil nos últimos cinco anos, por causa do trabalho gigantesco que está a ser feito”.
Foi a caça constante que causou o desaparecimento do tigre-da-tasmânia. No entanto, uma fraca diversidade genética também pode estar na base do fenómeno. A espécie está extinta há 80 anos e o último animal morreu em 1936 no Zoo de Hobart, na Austrália.