São, ainda, escassas as informações sobre o cidadão português que morreu ontem, dia 15, na entrada da estação de metro de Westminster, em Londres. Sabe-se apenas que era um sem-abrigo, nascido em Lisboa e tinha 35 anos.
A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, que já identificou o homem, não avança, para já, como mais informações, a não ser que estão a recolher “mais elementos sobre este caso e a tentar contactar a família do cidadão falecido”.
O alerta para um homem que “parecia estar morto” foi dado pouco depois das sete da manhã de ontem, depois de mais uma noite de temperaturas baixas na cidade. Os para-médicos confirmaram o óbito no local e a polícia tomou conta da ocorrência.
Várias pessoas têm deixado flores e mensagens no sítio onde foi encontrado, junto ao parlamento inglês, sendo que a mais falada tem sido a do líder do partido trabalhista inglês. “Isto nunca devia ter acontecido. Enquanto país, temos de deixar de passar ao lado. Descanse em paz. Jeremy Corbyn”, escreveu num cartão.
O abrigo onde o português passou várias vezes nos últimos dois meses, The Connection at St Martin-in-Fields deixou uma mensagem na sua página de internet dizendo que as “coisas lhe correram muito mal”. A direção referiu que “trabalho anteriormente como modelo”, o estavam a ajudar “a arranjar novo emprego” e que, na semana passada, se candidatou a uma vaga para “empregado de mesa”. Dizem que gostava de cantar e ir às aulas de ioga, apesar das suas “circunstâncias complexas” em que se encontrava.
Cordelia Wise, do The Connection, que acompanhou o este caso referiu ao jornal inglês The Guardian que era “alto e elegante. Sonhava em ter sucesso na indústria do entretenimento e cuidava muito da sua aparência. Era bastante determinado – acreditava em si e no seu potencial e estava a fazer o que podia para concretizar as suas ambições”.
O número de pessoas que dormem na rua tem aumentado em Inglaterra. Os dados oficiais de 2017 dão conta de 4 571 sem abrigo, mais 15% do que no ano anterior.
O ministro sombra dos trabalhistas para a Habitação acusou os ministros do partido conservador, no Governo, de ignorarem o aumento do número de pessoas que dorme na rua, dizendo que isso “nos envergonha a todos como nação”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou uma mensagem no site da presidência onde “lamenta o falecimento em circunstâncias desumanas do nosso compatriota de 35 anos, que foi encontrado sem vida numa das entradas do Metro da capital britânica.”