Pedro Silva lembra-se perfeitamente de quando começou o boom de vendas de flores no Dia de São Valentim. “De um ano para o outro mudou tudo. Há 20 anos não estávamos preparados, nem com pessoal, nem com flores”, recorda o responsável pela Decoflorália, uma das floristas clássicas de Lisboa, aberta há 42 anos.
Hoje, o dia será de muito trabalho, mas a equipa já não está desprevenida. Reforça-se o pessoal de entregas e da loja e aumenta-se a encomenda de flores. Só as rosas vermelhas batem todos os recordes, vendendo entre 12 mil e 15 mil neste dia 14, incluindo as vendas online – mais do que no Dia da Mulher, a 8 de março, ou mesmo no Dia da Mãe, no primeiro domingo de maio, outras efemérides muito celebradas. A ordem de grandeza ganha força quando Pedro Silva revela que um dia normal ronda as 500 unidades. O mesmo se passa com as entregas em todo o País: as habituais 70 passam a 700. Até parece pouco quando comparada com as cerca de 250 mil entregas que a cadeia 1800 Flowers faz no Dia dos Namorados nos Estados Unidos.
Nesta data festiva, continuam a ser os homens os melhores clientes, embora algumas mulheres já comecem a oferecer flores aos seus companheiros. A maior parte deles pede ajuda na hora de escolher: apesar de trazerem uma ideia do que querem, a oferta é tão variada que não sabem se acrescentam corações, chocolates ou peluches, ou se levam em jarras, cestos ou em bouquet. E neste dia gastam sempre um pouco mais, com uma média de €35 na loja e €45 na compra online. “O que a maior parte dos clientes me diz é que, mais importante do que as flores, é o ato e a mensagem enviada”, conta Pedro. E na vida real mandar entregar flores à sua amada no local de trabalho continua a ter tanto impacto como se vê nos filmes de amor.
Além das flores, são poucos os casais que dispensam um jantar romântico, com ou sem velas, mas com boa comida para uma ocasião especial. Uma das principais conclusões de um estudo recente da plataforma online de reservas The Fork, com mais de 400 respostas, mostra que 92% dos inquiridos em Portugal celebram o Dia dos Namorados, 77% dos quais num restaurante. E nesta noite especial não se fala em contenção de custos. No The Fork os portugueses costumam reservar restaurantes com um preço médio de €25 nas suas refeições habituais, mas para o Dia dos Namorados metade dos inquiridos pela plataforma confessa querer gastar até cem euros numa refeição a dois. A outra metade divide-se entre os €50 e os €200.
Nesta noite, 89% consideram que podem comer tudo o que quiserem e 74% acham uma falta de romantismo pedir um hambúrguer. E o cavalheirismo já não é o que era: 42% dos inquiridos dizem que vão dividir a conta.
O tipo de restaurante também conta: 57% prefere um restaurante com ambiente romântico, enquanto 33% vai optar por lugares com promoções e 8% por um local que seja trendy. Vestir-se a rigor também é uma preocupação de 40% dos portugueses.
Também na Zomato, outra plataforma online de reserva de restaurantes, estão a contar que os números de reservas aumentem até ao final do dia. Com a coleção Dia dos Namorados, composta por 82 sugestões, neste mês de fevereiro têm verificado um crescimento de 20% nas reservas online e 30% de chamadas telefónicas, face ao mesmo período de 2017. Tudo em prol do amor.