Depois de “fazer tempo” até estar “pronta”, como justificou Uma Thurman, a atriz norte-americana relatou à jornalista Maureen Dowd do The New York Times, os episódios que passou com Harvey Weinstein, produtor cinematográfico de Hollywood acusado de assédio sexual ou violação por mais de 80 mulheres. Os dois trabalharam juntos em Pulp Fiction (1994) e em Kill Bill (2003 e 2004).
No primeiro caso de assédio, estavam a discutir um guião num quarto de um hotel em Paris quando Harvey despiu o roupão. Uma diz não ter se sentido ameaçada naquele momento. Acreditou que ele estava a agir como aquele “tio excêntrico e doido”. O produtor pediu então à atriz que o seguisse e levou-a até uma sauna. Uma, que estava vestida com calças, casaco e botas de pele diz ter questionado o produtor: “Isso é ridículo, o que está a fazer?”. A atriz recorda que Harvey ficou irritado e recuou.
Durante o segundo ataque, também num quarto de hotel, desta vez em Londres, Weinstein tentou exibir-se e deitar-se em cima dela. “Fez todos os tipos de coisas desagradáveis”, relembra. No dia seguinte, recebeu um ramo de rosas amarelas acompanhadas de um cartão que abriu como se “fosse uma fralda suja” onde leu: “Tens bons instintos”.
Thurman afirma que voltou ao hotel com Ilona Herman, uma amiga, para confrontar o produtor. “Se você fizer o mesmo que fez comigo com outras pessoas, vai perder a sua carreira, a sua reputação e a sua família, prometo”, alertou-o. Herman contou ao jornal norte-americano que Uma lhe revelou que o produtor cinematográfico tinha ameaçado acabar com a sua carreira de atriz.
Em sua defesa, por meio de um porta-voz, Weinstein alega que até ao “incidente” da sauna, os dois flirtavam e tinham “uma relação de trabalho divertida”, mas negou as ameaças. O produtor de Hollywood está numa clínica de reabilitação no Arizona, estado norte-americano, a fazer tratamento por adição sexual.
No último mês novembro, Thurman partilhou no seu Instagram uma mensagem que mostrava estar a se preparar para a denúncia: “Acho que é importante levar o tempo que for preciso, ser justa, ser exata… Feliz dia de Ação de Graças para todos! (menos para você, Harvey, e a todos os seus conspiradores sórdidos. Fico contente por estar tudo a acontecer lentamente, você não merece nem uma bala)”.