A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ainda não tem os resultados de todas as análises efetuadas no rio Tejo, a montante do açude de Abrantes, mas já há uma certeza. A espuma castanha que cobriu aquela faixa de rio teve origem nas indústrias da pasta de papel.
A instituição detetou níveis de celulose “cinco mil vezes acima do normal”, segundo confirmou Nuno Lacasta, presidente da APA.
Estas análises referem-se a dia 24, altura em que foi desacatada a espuma, mas falta ainda saber os resultados de outras que foram feitas nas Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).
A montante de Abrantes funcionam mais um do que uma empresa, mas, e embora sem responsabilizar ninguém, Nuno Lacasta referiu que a Celtejo é responsável por 90% das descargas no Tejo.
A Celtejo foi impedida, depois de descoberta a espuma, de fazer descargas durante 10 dias. Na segunda-feira, dia 5, altura em que termina o prazo, a APA vai fazer a monitorização desta medida analisando de novo as águas. Caso seja necessário haverá prorrogação do prazo e expansão a mais empresas da zona.
Recorde-se que os focos de poluição no açude de Abrantes têm sido denunciados pelos ativistas Pro-Tejo, como a VISÃO destacou no dia 24, altura em que terão sido feitas as descargas poluentes.