A CNN elaborou uma lista de doze destinos a evitar em 2018 devido às notícias que, no ano passado, os colocaram na linha da frente dos protestos contra os excessos do turismo. Portugal não faz parte do roteiro, mas Espanha, Grécia ou Itália, sim. Além de apelar aos “turistas conscientes”, o canal de notícias norte-americano apresenta alternativas de viagem semelhantes aos destinos sobrelotados.
![Skye](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11812773Skye.jpeg)
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Ilha de Skye, Escócia
No ano passado, as estreitas estradas da segunda maior ilha escocesa estiveram perto do colapso devido ao elevado número de turistas atraídos pelo icónico pôr-do-sol de Elgol. A polícia chegou a aconselhar os visitantes a escolherem outros destinos, a menos que já tivessem alojamento reservado. Os residentes queixam-se do ruído e das multidões constantes.
Alternativa: Visitar fora da época do verão é uma boa opção para evitar o congestionamento turístico.
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Barcelona, Espanha
É uma das cidades pioneiras no combate ao excesso de turismo, não faltam graffitis a mostrar o descontentamento dos locais, e até na praia de Barceloneta já houve manifestações. Entre 2012 e 2016, o número de visitantes anuais subiu 25%, situando-se nos 34 milhões. E, no ano passado, o turismo foi considerado o problema número 1 da cidade num inquérito aos residentes. Talvez o melhor seja evitar Las Ramblas…
Alternativa: Valência é menos eletrizante, mas rivaliza com Barcelona ao nível da cultura e gastronomia.
![Dubrovnik.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11812775Dubrovnik.jpg)
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Dubrovnik, Croácia
A ameaça do turismo é tão grave que a UNESCO ameaçou retirar-lhe o título de Património Mundial devido ao excesso de visitantes. Ser um dos cenários da saga A Guerra dos Tronos contribuiu para a escalada da sua popularidade. As autoridades locais decidiram, agora, limitar o número de visitantes que pode circular diariamente nas suas muralhas, construídas entre o século VIII e XVI, a 4 mil pessoas. Em agosto de 2016, chegaram a registar-se 10 388 turistas num só dia.
Alternativa: A cidade vizinha de Cavtat tem praias vazias e o mesmo estilo pitoresco de Dubrovnik.
![veneza.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11812776veneza.jpg)
Simone Padovani/Awakening/ Getty Images
Veneza, Itália
É, provavelmente, a cidade mais ameaçada pelo turismo do mundo. No ano passado, foram várias as manifestações contra a invasão turística. A população nos bairros tradicionais baixou para as 55 mil pessoas, estando o centro histórico quase totalmente entregue ao turismo. Há planos para limitar o número de barcos que circulam no canal de Giudecca, um dos locais de passagem obrigatório sugerido em todos os guias turísticos. Veneza recebe, anualmente, cerca de 30 milhões visitantes.
Alternativa: A região de Annecy, em França, também tem vários canais, mas sem a sobrelotação de Veneza.
![Santorini.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11812777Santorini.jpg)
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Santorini, Grécia
A mais procurada ilha do arquipélago de Cíclades recebeu quase 2 milhões de turistas no ano passado. Cerca de 850 mil chegaram em cruzeiros e passaram apenas algumas horas na ilha. Entretanto, o número de visitantes autorizados a desembarcar em Santorini foi limitado a 8 mil por dia. A população local também tem vindo a crescer, incentivada pela procura estrangeira. Atualmente, vivem ali 25 mil pessoas.
Alternativa: Outra ilha do arquipélago das Cíclades que também merece uma visita é a de Naxos.
![butao.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11814115butao.jpg)
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Butão
Apesar de cobrar taxas aos turistas que variam entre os €160 e os €200 diários, dependendo da altura do ano, este país asiático não está isento das preocupações levantadas pelo turismo de massas. O lixo deixado pelos visitantes é uma das preocupações do reino.
Alternativa: Arunachal Pradesh, na vizinha Índia, também tem vários mosteiros budistas e montanhas para explorar.
![TajMahal.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11812780TajMahal.jpg)
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Taj Mahal, Índia
O mausoléu mais icónico do mundo recebe, anualmente, 8 milhões de turistas. Metade são estrangeiros, mas as autoridades preparam-se para limitar a entrada dos outros 50%: os visitantes domésticos. De acordo com a CNN, os bilhetes para os turistas indianos, com o custo de €0,50, serão limitados a 40 mil por dia. No entanto, as visitas dos estrangeiros, que pagam €12,65, continuarão sem limitações. Os portões do templo abrem às 6 da manhã e essa é mesmo a melhor hora para escapar às multidões.
Alternativa: O túmulo de Humayun, em Deli, não é tão icónico, mas é igualmente espetacular. Está classificado como Património Mundial pela UNESCO.
![Dois montanhistas morrem a tentar escalar Evereste](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/dois-montanhistas-morrem-a-tentar-escalar-evereste-2.jpg)
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Monte Evereste, Nepal
Apesar de terem limitado a escalada do lado nepalês da montanha aos alpinistas experientes há dois anos, os sherpas continuam a manifestar preocupação perante as constantes missões de escalada à mais alta montanha do mundo, com 8 848 metros, mesmo com as autorizações a custarem quase 9 mil euros.
Alternativa: A quarta montanha mais alta do mundo, Lhotse (8 516 metros), fica a sul do Evereste e só foi aberta aos alpinistas em 2013.
![MachuPicchu.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11812782MachuPicchu.jpg)
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Machu Picchu, Peru
No ano passado, as autoridades peruanas decidiram criar dois períodos de visita à cidade perdida dos Incas – das 6 da manhã ao meio-dia e do meio-dia às cinco e meia da tarde – numa tentativa de dividir os visitantes ao longo do dia, evitando enchentes. Em 2016, 5 mil pessoas entraram em Machu Picchu, o dobro dos visitantes recomendados pela UNESCO.
Alternativa: A Cidade Perdida, na Serra Nevada de Santa Marta, no norte da Colômbia, alberga ruínas deixadas pela civilização indígena Tayrona.
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Wolfgang Kaehler/ Getty Images
Ilhas Galápagos, Equador
No ano passado, as autoridades equatorianas decidiram elaborar novas regras para os visitantes: têm de mostrar um bilhete de regresso válido, ter reserva num hotel ou uma carta de um residente a garantir-lhes alojamento e, ainda, uma autorização especial de trânsito. Ainda não é claro quando as novas normas entrarão em vigor, mas já é obrigatório visitar os locais mais sensíveis acompanhado de guia.
Alternativa: As ilhas Ballestas, ao largo do Peru, também têm um ecossistema muito rico e são uma verdadeira reserva ornitológica.
![CinqueTerre.jpg](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11814051CinqueTerre.jpg)
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Cinque Terre, Itália
Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare são cinco terras (Cinque Terre) cravadas na costa italiana da Ligúria. Em 2015, atraíram 2,5 milhões de visitantes, o que levou as autoridades a apelarem à limitação do número de entradas para 1,5 milhões de pessoas. No entanto, a sugestão acabou por não ser acolhida. Os residentes atribuem o aumento das derrocadas na costa à pressão provocada pelos magotes de turistas.
Alternativa: Portovenere também fica num promontório rochoso na região da Ligúria e tem igualmente um porto pitoresco e casas coloridas.
![antartica](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/11812784antartica.jpeg)
Wolfgang Kaehler/ Getty Images
Antárctica
Os barcos que chegam ao continente mais a sul do planeta não podem transportar mais de 500 passageiros, mas o número de visitantes, mesmo assim, não tem parado de subir. Entre 2016 e 2017, visitaram a Antárctica cerca de 44 mil turistas, o que já levou os ambientalistas e levantaram questões relativamente à eventual sobre-exploração do continente.