Um relatório publicado no The Lancet HIV analisou dados de mais de 88 mil pessoas, de 18 países, e revelou que, atualmente, os doentes infetados com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) vivem mais dez anos do que pessoas infetadas em meados da década de 1990.
Hoje em dia, os medicamentos são melhores e provocam menos efeitos colaterais, o que ajudou a prolongar a esperança de vida. Estima-se que um jovem com vinte anos, infetado pelo vírus, pode viver até aos 78 anos, quase tanto como uma pessoa que não infetada.
Os investigadores, que fazem parte da Internacional Antiretroviral Therapy Cohort Collaboration, afirmam que a introdução de medicamentos para combater o vírus, no início da década de 1990, desempenhou um papel importante para prolongar os anos de vida dos doentes.
As primeiras terapias contra o VIH envolviam diversos comprimidos para tomar em diferentes momentos do dia. Atualmente, o tratamento consiste numa dose diária de um único comprimido que reúne uma combinação de medicamentos.
Ainda que os resultados sejam animadores, o relatório também revela que, para alguns grupos, as melhoras não são tão significativas: pessoas que tomam drogas, por exemplo, demonstram resultados mais lentos. Isto também pode estar relacionado com o facto de algumas pessoas terem menos acesso aos cuidados de saúde e medicamentos que podem tratar o vírus.
Os investigadores alegam ainda que as terapias existentes contra o vírus VIH funcionam e que não é necessário descobrir novas substâncias, mas sim melhorar a distribuição das que já estão disponíveis para chegarem ao maior número de pessoas.